TORITAMA, PE — A inflação em Cuba fechará o ano em cerca de 70%, segundo o ministro da Economia, Alejandro Gil. A informação foi repassada durante a apresentação do relatório à Assembleia Nacional do Poder Popular na última terça-feira (21).
Segundo Gil, Cuba irá terminar o ano com uma taxa na inflação superior a 70%. A principal causa para esse índice tão alto foi o aumento nos preços desde janeiro, como parte de uma reforma monetária.
Esse foi o primeiro ano de implementação da reforma monetária, chamada oficialmente de Ordenamento Monetário. A medida representou um aumento médio dos salários de 450%, mas também o crescimento da inflação.
Em janeiro deste ano, o salário mínimo cubano foi estabelecido em 2.100 pesos cubanos por mês o que equivale a 87 dólares. Até o fim de 2021, a média salarial do país ficará em 3.934 pesos mensais, ou seja, 163 dólares.
Outra causa para o aumento da inflação no país foram os fatores externos gerados pela pandemia de Covid-19 em todo o mundo. Por fim, segundo o ministro da Economia, o recrudescimento do embargo econômico dos Estados Unidos também causou influência na economia do país.
O recrudescimento do embargo econômico dos EUA começou quando Donald Trump assumiu o poder, mas continua até agora, mesmo com a mudança de gestão para Joe Biden. Sendo assim, ainda é esperado que a nova liderança traga mudanças nesse setor.
Cuba registra uma recuperação lenta da economia e a reabilitação do setor do turismo. Esse último é o principal setor da economia cubana. Com isso, a estimativa do ministro da Economia é que em 2022 PIB (Produto Interno Bruto) tenha um crescimento de 4%.
Neste ano, a estimativa era que houvesse um crescimento de 6%, porém, o país fechou o ano com um PIB de 2%. Gil explicou as causas afirmando que os bloqueios e as restrições de acesso ao combustível levou o país a esse resultado abaixo do esperado.
Porém, o ministro também admitiu que há vários aspectos da reforma monetária que precisam ser corrigidos. A reforma gerou diversas críticas ao governo, sendo o principal as manifestações do dia 11 de julho, nas quais parte da população saiu nas ruas pedindo por liberdade e dizendo que o povo tem fome.