- Nova projeção do salário mínimo de 2022 é anunciada;
- Governo federal faz reajuste insignificativo para a população;
- Inflação deve afetar a vida de quem vive com base no piso salarial.
Novo salário mínimo é anunciado pelo governo federal. Nessa semana, o Congresso recebeu o projeto de lei que determina o orçamento de 2022. Pelo documento, o piso salarial nacional aumentará de R$ 1.100 para R$ 1.210. O reajuste deve ser o maior já realizado desde 2016, mas não apresenta um acréscimo significativo para a população. Entenda.
As projeções econômicas para 2022 não são nada positivas. De acordo com o projeto orçamentário enviado para o Congresso Nacional, o salário mínimo ficará em R$ 1.210. Tal número equivale a um aumento de 10,4% em comparação com 2021.
Para fazer o reajuste, o governo federal levou em consideração a inflação acumulada no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). No entanto, é válido ressaltar que há a possibilidades de mudanças a partir de janeiro, quando será determinado o indicador do mês de dezembro.
Maior reajuste da história?
O novo salário mínimo contará com o maior acréscimo desde o ano de 2016. Isso porque nesse período o INPC também estava em alta. No entanto, apesar de tal indicativo, a população ainda se manterá abaixo da quantia necessária para a manutenção do lar.
De acordo com os levantamentos do Dieese, atualmente uma família de até 4 pessoas precisa receber ao menos R$ 4 mil para ter acesso a todos os direitos básicos, como saúde, alimentação, educação e moradia.
Isso significa dizer que ainda que haja um aumento, o brasileiro viverá com as contas apertadas tendo em vista os desdobramentos da inflação. As contas se mantêm em alto, ou seja, há cobranças maiores do que a quantia repassada com base no piso nacional.
Porque manter o salário mínimo baixo é positivo?
O principal motivo pelo qual o governo federal não aprovou um reajuste maior no salário mínimo é que isso reflete diretamente em suas contas. Quanto mais alto o valor do piso nacional, ampliados são os seus gastos.
É válido ressaltar que o salário mínimo é utilizado como referencia para a concessão de uma série de benefícios. Todos os abonos do INSS são calculados a partir dele, assim como o seguro desemprego e o PIS/PASEP.
A cada R$ 1 real acrescentado no piso nacional, significa que o ministério da economia tem uma nova despesa de aproximadamente R$ 50 milhões. Ao ser questionado sobre o reajuste insignificante para a população, Paulo Guedes, chefe da pasta financeira, afirmou que faz parte do processo de desenvolvimento econômico do país.
Ou seja, durante os próximos meses o brasileiro que vive com o piso salarial terá que apertar ainda mais as contas para garantir seu sustento.
Lista dos benefícios do INSS reajustados com o salário mínimo
Espécie ou Código | Detalhamento |
21 | Pensão por morte previdenciária |
23 | Pensão por morte de ex-combatente |
25 | Auxílio-reclusão |
29 | Pensão por morte de ex-combatente marítimo |
31 | Auxílio-doença |
32 | Aposentadoria por invalidez previdenciária |
36 | Auxílio-acidente previdenciário |
41 | Aposentadoria por idade |
42 | Aposentadoria por tempo de contribuição |
46 | Aposentadoria especial |
54 | Pensão especial vitalícia |
56 | Pensão mensal vitalícia por síndrome de talidomida |
57 | Aposentadoria por tempo de serviço de professor |
60 | Pensão especial mensal vitalícia |
68 | Pecúlio especial de aposentado (benefício de prestação única) |
80 | Salário-maternidade |
85 | Pensão mensal vitalícia do seringueiro |
86 | Pensão mensal vitalícia do dependente do seringueiro |
87 | Amparo assistencial ao portador de deficiência |
88 | Amparo assistencial ao idoso |
89 | Pensão especial aos dependentes de vítimas fatais por contaminação na hemodiálise – Caruaru-PE |
91 | Auxílio-doença por acidente do trabalho |
92 | Aposentadoria por invalidez por acidente do trabalho |
93 | Pensão por morte por acidente do trabalho |
94 | Auxílio-acidente por acidente do trabalho |
Média de custeio do brasileiro em 2021
O último levantamento realizado pelo Dieese pontuou os seguintes dados sobre as despenas nacionais com base no salário mínimo e na inflação:
- Valor da cesta: R$ 650,50.
- Variação mensal: 1,56%.
- Variação no ano: 3,02%.
- Variação em 12 meses: 20,47%.
- Produtos com alta de preço médio em relação a julho: batata (27,30%), banana (7,25%), açúcar refinado (4,35%), manteiga (3,04%), farinha de trigo (2,39%), pão francês (0,91%), café em pó (0,86%), tomate (0,75%), óleo de soja (0,63%) e feijão carioquinha (0,58%).
- Produtos com redução do preço médio em relação a julho: arroz agulhinha (-1,46%), carne bovina de primeira (-0,78%) e leite integral (-0,39%).
- Jornada necessária para comprar a cesta básica: 130 horas e 06 minutos. Percentual do salário mínimo líquido gasto para compra dos produtos da cesta para uma pessoa adulta: 63,93%.