A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) recusou a proposta de acordo do day trader Vinicius Ibraim, famoso por ter solicitado R$700 mil de investidores em um único pregão transmitido no dia 27 de outubro de 2020. De acordo com a CVM, o caso abrange um suposto esquema de pirâmide financeira.
Sem existir um registro de administração de carteiras de valores mobiliários na CVM, o operador ofertava aplicações no “Fundo Vinicius Ibraim”, garantindo, através de contrato, retornos de no mínimo 2% ao mês aos investidores. Em suas redes sociais, Vinicius se portava como um investidor bem sucedido, que comercializava cursos de day-trade.
A Superintendência de Supervisão de Investidores Institucionais (SIN) da CVM, informou que a planilha de controle apresentada por Vinicius mostrou que 338 clientes fizeram aportes no “fundo”, totalizando R$ 4,26 milhões. Deste total, 277 pessoas não conseguiram resgatar os recursos e amargaram um prejuízo de R$ 3,6 milhões.
De acordo com a documentação da XP e Terra Investimentos, Ibraim operava “de forma acentuada” no mercado de futuro. Nas duas corretoras, ele obteve um resultado negativo de R$ 800 mil.
É apontado pela documentação apresentada pela Órama DTVM perdas de cerca de R$ 3 milhões entre janeiro a agosto do ano passado. Vinicius acabou sendo colocado no rol de inadimplentes da B3 em 6 de outubro de 2020.
A partir de então, ele começou a operar através de uma conta em nome da namorada e a utilizou para transferir mais de R$2 milhões. Esse valor também teria sido perdido, no intervalo de apenas uma semana de operações, entre o fim de outubro e o começo de novembro.
Vinicius ficou famoso por realizar transmissões ao vivo de parte de seu programa de cursos. No dia 27 de outubro, ele registrava grandes prejuízos em contratos com dólar quando se saiu da sala de transmissão. Após isso ele nano retornou.
Já em novembro, ele gravou um vídeo onde admitia perdas de R$ 700 mil no pregão do dia 27, o que teria motivado vários clientes a solicitarem resgates. Ibram prometeu efetuar as restituições, porém não explicou de que maneira.
A Procuradoria Federal Especializada junto à Autarquia (PFE-CVM) concluiu que existe um impedimento jurídico para a realização do acordo, em decorrência dos prejuízos causados pelo investidor. Na tentativa de firmar um acordo, Vinicius deu a idéia de receber uma pena de advertência e ficar dez anos proibido de atuar como administrador de carteiras.