Em todo o mundo, os investidores têm se voltado para ativos de alto risco, como as aplicações de renda variável. No Brasil, essa mudança de perfil do investidor também vem sendo observada. O apontamento faz parte do estudo global da gestora britânica Schroders, divulgado pela Exame Invest.
De acordo com a pesquisa, no Brasil, o percentual de pessoas dispostas a realizar investimentos de alto risco é maior do que a média mundial: 42% contra 37% dos investidores mundiais.
Quase toda a pesquisa foi realizada entre os dias 16 de março e 7 de maio. Ou seja, o levantamento aconteceu antes do período mais forte de alta da taxa Selic. Desde então, a taxa passou de 3,5% ao ano para 9,25% ao ano.
Apesar disso, Daniel Celano, CFA, diretor-presidente da Schroders Brasil, acredita que o resultado do levantamento não teria mudança considerável — mesmo que fosse realizada no momento atual.
Perfil do investidor brasileiro ainda é mais seguro
A pesquisa indica que 60% dos brasileiros ainda preferem os ativos seguros, como a poupança.
À Exame Invest, Celano declara que a alta dos juros possa reduzir um pouco o percentual das pessoas que gostariam de aplicar na renda variável. No entanto, o cenário não alterará significativamente.
Novos investimentos dos brasileiros
Em busca de melhores retornos, muitos estão aplicando em ativos que antes consideravam muito arriscados.
No Brasil, no ano passado, os três principais tipos de ativos, em que as pessoas investiram pela primeira vez, são: criptomoedas (26%), ações ou fundos de ações de empresas de internet e tecnologia (22%) e ações ou fundos de companhias de veículos elétricos (21%).
Projeções de retorno dos brasileiros
No país, o nível mínimo médio de rendimento que os investidores gostariam de receber é de 11,2% ao ano.
Para Daniel Celano, a procura por um maior retorno, acompanhado pela maior propensão a investir em ativos de riscos e em classes mais novas de ativos, é um desenvolvimento na educação do investidor.
Apesar disso, ele declara que “tem que ter a dosagem certa. Não há certo e errado: é necessário entender o risco que está correndo e se o investimento está adequado à estratégia”.