Renda do trabalhador é a menor desde 2012 com recuo surpreendente

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada na última terça-feira (30), a renda do trabalhador teve um recuo de 4% no 3º trimestre deste ano, comparado aos três meses anteriores.

A média da renda do trabalhador neste último trimestre de 2021 recuou para R$ 2.459, segundo o Pnad Contínua. Dessa maneira, o recuo foi de 4% em relação ao outro trimestre deste ano.

Essa média da renda do trabalhador foi a menor desde o 4º trimestre de 2012 quando ficou em R$ 2.438. O Pnad Contínua foi divulgado na última terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa analisa a soma de todos os trabalhos para definir o rendimento médio real habitual. De acordo com o último dado, essa foi a quarta queda seguida na comparação com o trimestre anterior deste ano.

Diante disso, a renda do trabalhador está cada vez mais próxima do menor nível da série história registrada em 2012, quando a pesquisa iniciou. Um dos motivos foi a pandemia de Covid-19 e a crise econômica instalada no país devido as restrições sociais, fechamento do comércio e o aumento do desemprego.

O recuo no rendimento começou a ser registrado no quarto trimestre de 2020, com perda de 4%. Em seguida, houve um recuo de 0,8% no primeiro trimestre de 2021 e de 2,8% no segundo trimestre deste ano.

Diante disso, a atual média se aproxima do menor nível da série histórica registrado no primeiro trimestre de 2012, há quase dez anos. Na época a renda ficou em R$ 2.438.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua também comparou a atual renda com a registrada no terceiro trimestre de 2020, sendo de R$ 2.766, notificando um recuo de 11,10%.

Dessa maneira, a redução foi de R$ 204, para os R$ 2.459. Segundo o órgão, a queda da renda é resultado da retomada do mercado de trabalho pelas ocupações com menores rendimentos. Para piorar, o rendimento dos brasileiros segue pressionado pela inflação nas alturas.

Nos últimos 12 meses a inflação registrou uma alta de 10%. Segundo a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy: “Há um crescimento em ocupações com menores rendimentos e também há perda do poder de compra devido ao avanço da inflação”.

Glaucia AlvesGlaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.