Com alta da fome, CadÚnico e Auxílio Brasil não bastam para ajudar vulneráveis

Brasil volta ao mapa da fome, reforçando a necessidade de atuação mais efetiva do governo federal. Nas últimas semanas, em uma audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara, fora revelado que mais de 117 milhões de pessoas estão vivendo em situação de insegurança alimentar. Isso implica dizer que o Auxílio Brasil não traz retorno.

Com alta da fome, CadÚnico e Auxílio Brasil não bastam para ajudar vulneráveis (Imagem: FDR)
Com alta da fome, CadÚnico e Auxílio Brasil não bastam para ajudar vulneráveis (Imagem: FDR)

Os beneficiários do Auxílio Brasil passaram a ter uma ajuda de custo para a manutenção das suas despesas. No entanto, mesmo com a liberação do projeto, milhares de brasileiros estão sem nenhuma fonte de renda mínima para sobreviverem.

País em situação de miséria

De acordo com a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara, um estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional relevou que 43,4 milhões de brasileiros não tinham quantidade suficiente de alimentos.

“É um quadro gravíssimo. Talvez o Haiti, quando teve um terremoto, teve uma situação parecida com essa. É um quadro dramático. 116, quase 117 milhões de pessoas vivendo em algum nível de insegurança militar, ou seja, 55% da população”, afirmou o conselheiro consultivo da rede, Mauro Del Grossi,

Desse total, 24 milhões, ou seja, 11%, vivem uma realidade de insegurança moderada. Para esse grupo, há dias em que o alimento pode ser posto na mesa e outros em que não.

E outros 19 milhões de pessoas comem menos, inclusive as crianças comem menos do que precisam e do que têm necessidade”, observou.

Cadastro único

Apesar de ser criado justamente para ajudar as famílias vulneráveis, o cadastro único vem apresentando pouca eficácia na gestão do governo Bolsonaro. Mesmo contabilizando os dados sociais do país, suas informações não vêm sendo postas em prática para a concessão de medidas efetivas no combate à fome.

É válido ressaltar ainda que há milhares de brasileiros desempregados que não estão conseguindo se vincular ao cadastro único. A plataforma vem tendo seu funcionamento travado pelo ministério da cidadania sob constante afirmação de atualização de seu funcionamento. Isso faz com que milhares de pessoas deixem de ficar aptas a receber os benefícios.

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.