Bolsonaro prorroga por dois anos a desoneração da folha de pagamento

Bolsonaro volta a afetar os direitos trabalhistas da população. Nessa quinta-feira (11), em reunião com empresários, o presidente da república afirmou que irá prorrogar o período de desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia. A medida será válida por mais dois anos, reduzindo os benefícios da população.

Bolsonaro prorroga por dois anos a desoneração da folha de pagamento (Imagem: FDR)
Bolsonaro prorroga por dois anos a desoneração da folha de pagamento (Imagem: FDR)

A desoneração da folha de pagamentos nada mais é do que uma permissão para que as empresas possam substituir a contribuição previdenciária, de 20% sobre os salários dos empregados, por uma alíquota sobre a receita bruta, que varia de 1% a 4,5%. Isso significa dizer que o empresário passa a pagar mais barato por cada funcionário.

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Justificativas de Bolsonaro

Bolsonaro validou a medida sob a justificativa de que estaria garantindo a manutenção do emprego. Diante do atual cenário de crise econômica, ainda ciente da retomada do empresariado, ele afirmou, em evento no Palácio do Planalto, que está priorizando a alimentação.

“Quando se fala em alimentação, emprego, é alimentação. Quem não tem emprego, tem dificuldade de se alimentar, obviamente. Reunido com a Tereza Cristina [ministra da Agricultura], com o nosso prezado ministro Paulo Guedes [Economia] e mais de uma dezena de homens e mulheres representantes do setor produtivo do Brasil, resolvemos prorrogar por mais dois anos a questão que tem a ver com a desoneração da folha“, afirmou Bolsonaro.

Os 17 setores escolhidos pelo presidente são aqueles com o maior número de contratações, afetando assim os trabalhadores das indústrias têxtil, de calçados, máquinas e equipamentos e proteína animal, construção civil, comunicação, transporte rodoviário, entre outros.

Reunião com empresários

Antes de anunciar a medida, o presidente esteve reunido com grandes nomes do mercado nacional para poder debater o tema.

“Essa foi a conversa que tivemos com o governo. Mostrar que a manutenção da desoneração vai manter empregos e não vai impactar na inflação dos alimentos. É isso o que estamos buscando e esperamos que o Congresso seja sensível a isso”, disse o presidente da Associação Brasileira de Proteína Anima (ABPA), Ricardo Santin.

Hoje, não manter essa política vai reonerar os setores. Nós vamos ter custo que vai impactar a partir de janeiro na mesa do consumidor brasileiro e nas folhas de pagamento de salário e demissão”, completou ele.

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Doutoranda e mestra em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a coordenação de edição dos Portais da Grid Mídia e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas socias e economia popular. Iniciou sua trajetória no FDR há 7 anos, ainda como redatora, desde então foi se qualificando e crescendo dentro do grupo. Entre as suas atividades, é responsável pela gestão do time de redação, coordenação da edição e analista de dados.