Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobras, afirmou em uma entrevista ao O Globo, que segurar o reajuste no preço dos combustíveis pode causar um desabastecimento do produto nas bombas. Esta declaração vem para reforçar os comentários anteriores dados por ele e que deixam mais distantes a possibilidade de mudanças na politica de preços da estatal.
Em sua entrevista ao O Globo, o executivo disse que o país não pode evitar uma política de preços que siga a cotação internacional do petróleo. Uma vez que a importação do produto responde por cerca de 30% da gasolina e do diesel vendido no Brasil.
“Se preço for represado, vai haver desabastecimento de combustível’, afirmou Silva e Luna na entrevista a O Globo. Segundo ele, interferência no preço do combustível é uma coisa grave e séria que a gente tem que estar atento”.
Pressão
Silva reconheceu que existe uma pressão política cada vez mais presente para que o governo faça alguma coisa para controlar os aumentos no preço dos combustíveis.
Arthur Lira, disse no último dia 29, que irá convidar os estados e a empresa para debater uma possível solução legislativa para formação de preços e para tentar controlar os reajustes.
Porém, o presidente da estatal, assegurou que as mudanças de preço dos combustíveis vem sendo baseadas em decisões técnicas. “Não há decisões políticas nessas alterações”, disse.
Silva afirmou também que não existe pressões vindas do presidente Jair Bolsonaro. “Pelo presidente da República, não. Ele nunca pressionou a Petrobras. Ele busca informações, mas entende perfeitamente”, falou o executivo ao O Globo.
O último reajuste, realizado na última semana, elevou os preços do diesel nas refinarias em 8,89%, que já chegou as bombas.
Alternativas para atenuar reajustes
Porém, Silva admitiu que o governo pode utilizar algumas alternativas que possibilitem que a Petrobras suavize os reajustes sem prejudicar as finanças da empresa. Isto poderia acontecer através da criação de um fundo regulador, financiado pelos dividendos da Petrobras pagos à União.