- Na última terça-feira (31), o governo enviou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei orçamentária do próximo ano;
- O documento apresentou uma elevação no valor do salário mínimo de 2022, devido à alta da inflação;
- A proposta do Orçamento Geral da União prevê um salário mínimo de 2022 de R$ 1.169;
Na última terça-feira (31), o governo enviou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei orçamentária do próximo ano. O documento apresentou uma elevação no valor do salário mínimo de 2022, devido à alta da inflação nos últimos meses.
A proposta do Orçamento Geral da União prevê um salário mínimo de 2022 de R$ 1.169. Com isso, passa a ser R$ 22 a mais que o valor de R$ 1.147, aprovado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O aumento é devido à alta na inflação.
Segundo a Constituição Federal, o piso nacional deve manter o poder de compra. Para definir o valor, a equipe econômica usa o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano corrente para corrigir o salário mínimo do Orçamento seguinte.
A previsão para o INPC em 2021 saltou de 4,3% para 6,2%, devido à alta de itens básicos, como alimentos, combustíveis e energia. Portanto, o valor do salário mínimo 2022 ainda pode passar por mudanças, caso a inflação supere a previsão até o fim deste ano.
A projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) passou de 2,5% para 2,51% em 2022. Com isso, a proposta do Orçamento Geral da União teve poucas alterações nesse quesito em relação ao LDO. A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) manteve-se em 3,5% para 2022.
A projeção da taxa Selic (juros básicos da economia) é encerrar 2022 em 6,63% ao ano, contra projeção de 4,74% que constava na LDO. Por fim, a previsão para o dólar médio foi mantida em R$ 5,15.
Salário mínimo de 2022 e a cesta Básica
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontou um novo aumento no preço da cesta básica em 15 das 17 capitais pesquisadas. O resultado foi identificado na última edição da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.
As cestas básicas mais caras foram identificadas em Porto Alegre, com um custo de R$ 656,92, Florianópolis por R$ 654,43 e São Paulo de R$ 640,51. Analisando os itens separadamente, todos os produtos sofreram aumento ao comparado no mesmo período em 2020.
Os alimentos sofrem reajuste, com base na inflação. Portanto, é esperado que a cesta básica fica ainda mais cara até o fim deste ano. Sendo assim, mesmo com um salário mínimo de R$ 1.169, o poder de compra ainda será difícil de ser alcançada.
O Dieese declarou que o salário mínimo ideal para sustentar uma família composta por dois adultos e duas crianças deveria ser de R$ 5.518,79 em julho. Porém, o atual piso nacional é de R$ 1.100.
Aumento na conta de luz e água
Atualmente, os brasileiros estão pagando uma conta de luz mais cara, devido à bandeira vermelha – patamar 2. A taxa está sendo cobrada por causa da crise hídrica gerada pela falta de chuvas e pouca água nos reservatórios.
De acordo com os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste estão com 22,5% da capacidade de armazenamento. Esses reservatórios são responsáveis por 70% da capacidade de geração de energia do país.
O país está vivendo a pior estiagem dos últimos 91 anos. Para piorar a situação, o período de chuvas no Brasil começa entre o fim de setembro e início de outubro. Com isso, é preciso buscar outras fontes de geração de energia, ativando as usinas termoelétricas.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o preço ainda deve ficar mais cara no próximo ano. A agência informou que em 2022 a conta de luz irá aumentar até 16,68%. Esse reajuste irá afetar, principalmente, as famílias mais pobres.
Com o intuito de amenizar o impacto aos consumidores, a Aneel começou a estudar algumas medidas para amenizar os impactos financeiros aos consumidores. Caso seja possível aplicar as ações, o aumento poderá ser de 10,73% no próximo ano, ou seja, R$ 5,95%.
A conta de água também sofrerá aumento, devido à crise hídrica. Porém, os reajustes variam, conforme a localidade e o reservatório utilizado para o abastecimento.
Diante disso, o novo valor do piso nacional parece ser insuficiente para a manutenção e alimentação de uma família brasileira.