A decisão de Israel em aplicar a terceira dose da vacina contra a Covid-19 tem inspirado o Brasil a promover o reforço vacinal. A ação consiste em um complemento na imunização de idosos com 60 anos ou mais, considerando que é um dos principais grupos de risco da doença.
No último domingo, 22, o Ministério da Saúde publicou os resultados de uma pesquisa que compara a eficácia da vacina em pessoas que receberam apenas as duas doses padrão e naqueles que receberam a terceira dose de reforço. Nota-se que no segundo caso a imunização torna-se mais segura.
Embora os detalhes da pesquisa não tenham sido divulgados, é possível observar que os resultados obtidos se assemelham aos índices relatados pelo grupo de saúde Maccabi na última semana.
O grupo é apenas um dos vários que têm se esforçado para estabelecer medidas de reforço e contenção à proliferação da variante Delta da Covid-19.
De acordo com o levantamento feito pelo Instituto Gertner de Israel eKl Institute, a aplicação da terceira dose da vacina em adultos com 60 anos ou mais dez dias após a segunda etapa do cronograma vacinal se mostrou quatro vez mais eficaz que apenas as duas doses, como determinadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
É importante ressaltar que a dose um e dois da vacina é o modelo padrão da maioria dos imunizantes no mercado.
Mas vale lembrar da existência da vacina da Janssen, produzida pela Johnson & Johnson, que promete imunização em dose única. Portanto, no que compete exclusivamente a essa marca de imunizante, nada foi dito até o momento sobre uma segunda dose, neste caso.
No Brasil, os estudos referentes à viabilidade de uma terceira dose têm sido concentrados em torno da CoronaVac, com o apoio de uma pesquisadora brasileira que atua na Universidade de Oxford, Sue Ann Clemens.
Em uma das coletivas de imprensa realizadas pelo Ministério da Saúde nas últimas semanas, declarou-se que uma terceira dose da vacina contra a Covid-19 será aplicada como reforço vacinal nos cidadãos brasileiros.
A princípio, os primeiros a receberem a dose extra serão os idosos e profissionais da saúde. A prioridade dada segue as diretrizes do Plano Nacional de Imunização (PNI) que os classificou como principal grupo de risco e de atuação na linha de frente no combate à Covid-19.
O Ministério da Saúde reconheceu nas últimas semanas que a imunidade tanto dos idosos quanto das pessoas mais jovens foi reduzida com o tempo. Em Israel, por exemplo, a maior parte do público que já havia sido vacinado, mas que ficou gravemente doente foi o de idosos com 60 anos ou mais.
Em Israel, a terceira dose da vacina para essas pessoas começou a ser aplicada no dia 30 de junho. Desde então, a faixa etária contemplada pelo reforço vacinal já caiu para adultos com 40 anos. Grávidas, profissionais da educação e da saúde, mesmo que com idades inferiores, também estão sendo imunizados novamente.