Após análise da Controladoria-Geral da União (CGU), foi divulgado um relatório que chamou muita atenção. Uma ferramenta adotada pelo governo para acelerar as respostas aos pedidos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), pode na verdade, ter sido a razão pela qual essas solicitações foram negadas.
De acordo com o relatório divulgado pela CGU, em 2022 houve aumento de mais de quatro vezes no número de indeferimentos automáticos nos pedidos do INSS. Atingindo benefícios como o salário maternidade concedido a puérperas, e o BPC (Benefício de Prestação Continuada) para idosos e pessoas com deficiência.
O que explica o aumento de pedidos do INSS negados?
Para o CGU a razão pela qual os pedidos do INSS passaram a ser negados com mais frequência está ligada a análise automática das solicitações. Foi analisado pela auditoria o período entre 2021 e 2023, sendo que as análises automáticas começaram em 2017.
De acordo com o relatório:
- Em 2022 mais de 1,3 milhão de análises ocorreram de forma automática;
- Deste total, 869 mil terminaram em negativa do pedido, o que representa que de 3 pedidos apenas 1 tinha resposta positiva;
- Também foi identificado que a proporção de negativas é muito mais elevada do que a identificada nos casos de análise manual, com 50% de indeferimento;
- O aumento de pedidos do INSS indeferidos ainda sobrecarrega o Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS), que vai julgar os pedidos de recursos contra as negativas.
INSS justifica aumento de pedidos negados
O Instituto informou que ainda não teve acesso ao relatório da CGU, mas não culpa as análises automáticas pelo número de pedidos do INSS negados em 2022. E justifica que os indeferimentos estão relacionados a necessidade de passar por perícia médica.
“O motivo predominante para indeferimentos decorre, frequentemente, do parecer desfavorável emitido pela perícia médica, e não está diretamente associado ao processo de automação”, afirmou Ailton Nunes, diretor de Tecnologia da Informação do INSS.