Após uma pausa no governo de Jair Bolsonaro (PL), o Bolsa Família voltou a funcionar neste ano. Revitalizado, com mais investimentos e recebendo atenção especial da equipe social de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o programa já traz bons números. O benefício é a principal marca na vitrine do governo petista.
Um levantamento realizado neste ano sobre o impacto do Bolsa Família surpreendeu. A pesquisa foi realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), junto do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Banco Mundial, em parceria do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS).
O que a pesquisa diz sobre o Bolsa Família
- O Bolsa Família foi capaz de tirar 3 milhões de famílias da linha da pobreza. Uma das promessas eleitorais de Lula era justamente diminuir o grau de vulnerabilidade social dos brasileiros. Para isso, aumentou o investimento no programa com um novo modelo.
- Em janeiro deste ano, 4,5 milhões de famílias que recebiam o programa viviam na linha da pobreza. Naquela época 21,7 milhões de famílias recebiam o programa social, número herdado do Auxílio Brasil que foi criado em 2021 por Bolsonaro.
- Em setembro, 1,5 milhão de famílias se mantiveram na faixa de pobreza, mas o número total de grupos atendidos diminuiu. Neste mês foram 21,27 milhões de beneficiários, ao todo, sendo que 550 mil novas famílias passaram a fazer parte do programa em setembro.
- Foi considerada como pobre toda família que possui renda igual ou abaixo de R$ 218 por pessoa. A extrema pobreza é quando um grupo tem renda igual ou menor que R$ 109 por pessoa, o que segundo dados do MDS, não há nenhuma família nestas condições recebendo o Bolsa Família.
- Os principais impactados com a saída da linha da pobreza são famílias de três pessoas. Em janeiro eram 52% de grupos familiares nesta composição que estavam fora da faixa de pobreza, em setembro subiu para 82%.
O que explica o sucesso do Bolsa Família?
- O aumento do valor repassado ao Bolsa Família explica os números. Desde janeiro a quantia mínima a ser repassada para cada família, independente da sua composição, passou a ser de R$ 600. Ante os R$ 400 que eram pagos pelo Auxílio Brasil.
- Crianças, jovens e gestantes passaram a receber um valor bônus. Desde março para crianças até 6 anos é pago R$ 150, os jovens até 18 anos recebem R$ 50, assim como as gestantes. Neste modelo, famílias numerosas têm acesso a um valor maior.
- Especialistas defendem um novo desenho no Bolsa Família. Para Shireen Mahdi, uma das economistas do Banco Mundial, o ideal seria pagar com um valor mínimo cada pessoa da família e não o grupo inteiro. Quer dizer, colocar fim ao pagamento mínimo por família e garantir uma quantia base para cada um que a compõe.