Desde o início do seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua equipe econômica buscam alternativas para diminuir o número de inadimplentes no país. Até o momento, próximo de completar seis meses no comando do país, o governo ainda não conseguiu firmar nenhum projeto para colocar fim as dívidas dos cidadãos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prometeu, porém, que o programa com essa finalidade será lançado em breve.
Em abril desse ano a Serasa divulgou um levantamento que preocupou o governo do país. Atualmente existem 71,44 milhões de brasileiros sem conseguir pagar suas dívidas, e com CPF restrito, popularmente chamado de “nome sujo”. Isso significa que essas pessoas não têm como conseguir crédito no mercado, por exemplo fazendo empréstimo, tendo cartão de crédito e outros.
O número ainda chama atenção porque indica que há 732 mil pessoas devendo a mais que no último mês. As faixas etárias com as maiores fatias da população com nome restrito são de 24 a 40 anos e 41 a 60 anos. O que mostra que a maioria dessas pessoas ainda está ativa no mercado de trabalho, mas o seu salário não consegue suprir a sua inadimplência.
Os dados foram levantados pelo Mapa de Inadimplência e Negociação de Dívidas do Brasil, feito pela Serasa. As explicações para esses números são várias, partindo do aumento da inflação, dos juros altos que são aplicados sobre os cartões de crédito e financiamentos, além do maior índice de desemprego no país e baixa da renda da população.
Governo quer lança programa para acabar com as dívidas
Desde o início do seu mandato, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem prometido o lançamento do programa Desenrola. Focado principalmente nas famílias de baixa renda a ideia é de que esse sistema possa oferecer formas de negociação das dívidas, inclusive com subsídios do poder público.
Segundo o secretário do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, o programa só não foi lançado ainda porque tem enfrentado dificuldades técnicas. Isso porque, para que o Desenrola seja liberado é preciso a criação da plataforma de negociação das dívidas, conectada aos credores e os bancos que farão suas ofertas.
“A plataforma vai ligar os credores, que podem ser companhias de varejo, pequenos varejistas, sem restrição aos bancos e devedores. O critério vai ser quem oferecer o maior desconto”, afirma o secretário.