Ao que parece a feira ficará mais cara para os brasileiros. A apuração do índice de referência internacional de valor dos alimentos registrou alta em abril. Este foi o primeiro registro de encarecimento do ano, em meio aos aumentos em cotações mundiais de açúcar, carne e arroz.
Os dados sobre o valor dos alimentos foram divulgados na última sexta-feira, 5, pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O índice atingiu a média de 127,2 pontos no mês de abril de 2023, um aumento de 0,6% em relação a março.
Ao chegar a este nível, o índice que mede o valor dos alimentos ficou 19,7% abaixo dos registros de abril de 2022, mas ainda acima, supera o nível de abril de 2021 em 5,2%. Um dos itens que mais se destacou foi o açúcar com um avanço de 17,6% em abril ante março, atingindo o nível mais alto desde outubro de 2011.
Este foi o fator responsável pela redução das expectativas de produção e resultados em países como a Índia, China, Tailândia e União Europeia, ainda que haja os efeitos das condições climáticas secas. Além disso, também houve registros de um lento início da safra de cana-de-açúcar no Brasil.
Valor dos alimentos sofre impactos das taxas de juros
O valor dos alimentos sofre os impactos das altas taxas de juros no Brasil, ainda que o Banco Central (BC) tenha demonstrado a intenção de reduzi-las. Na última semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano, patamar em que se encontra desde agosto do ano passado.
“Quero reforçar a necessidade de o Banco Central cair na real e tirar o pé do pescoço da economia brasileira. Para retomarmos, com vigor, o crescimento da economia e geração de emprego e renda. Reduzir juros é gerar empregos”, disse o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.
Valor dos alimentos puxa inflação de nordestinos
A região Nordeste registrou a inflação mais alta para famílias com renda até 1,5 salário-mínimo mensal, denominadas de famílias de baixa renda, dentre as grandes regiões do país. A informação faz parte do Índice de Preços ao Consumidor Regional (IPC-Regional), divulgado nesta terça-feira (9).
De acordo com a pesquisa, entre janeiro de 2020 e março de 2023, a inflação para famílias de baixa renda na região subiu 26,46% e a alimentação — que ocupa espaço destacado no orçamento dessas famílias — aumentou 43,24%, muito acima da inflação.
O estudo selecionou dez alimentos relevantes na despesa com gêneros alimentícios, que apresentaram aumento muito acima da inflação média. São eles:
- Óleo de soja (119,02%);
- Arroz (80,41%);
- Milho de pipoca (76,46%);
- Farinha de mandioca (74,45%);
- Açúcar cristal (59,71%);
- Margarina (59,43%);
- Linguiça (58,49%);
- Ovos (56,48%);
- Leite em pó (54,05%);
- Pão francês (46,37%).