Caso das joias também causou impactos na Receita Federal. Confira quem perdeu o cargo

O caso das joias surpreendeu a todos. O assessor do ex-ministro de Minas e Energia do governo Bolsonaro, Bento Albuquerque, trouxe em sua bagagem um conjunto valioso que seria um presente da Arábia Saudita para a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. As joias ficaram retidas na Receita Federal.

O caso ocorreu em outubro de 2021, quando a Receita Federal, no Aeroporto de Guarulhos, SP, localizou, nas bagagens do assessor do ex-ministro, um conjunto de peças extremamente valiosas. Por lei, as peças precisariam ser confiscadas devido ao limite estabelecido pela própria Receita Federal.

Em lei, os viajantes só poderão trazer bens com uma cota limite de US$1 mil (aproximadamente R$5,2 mil) por vias marítimas e aéreas, e US$500 em vias terrestres. Qualquer valor acima desses citados, é necessário a declarar. Neste caso, as joias teriam sido avaliadas em R$16,5 milhões.

Em entrevista à CNN, o presidente da Associação Nacional dos Autores Fiscais da Receita Federal, Mauro Silva, afirmou que “Não há elementos que mostrem que a intenção era dar um presente ao governo brasileiro.”

O então presidente Jair Bolsonaro não ficou contente com tal recolhimento. As joias, de acordo com o antigo mandatário do país, seriam presentes enviados pela Arábia Saudita ao Brasil. Ainda de acordo com Bolsonaro, as joias seriam armazenadas no acervo do governo federal.

Consequências na Receita Federal

Após as joias serem retidas, o ex-presidente não ficou nada contente. Tanto é que José Tostes, então secretário da Receita Federal, foi desligado da função. Coincidentemente, apenas 37 dias após o recolhimento das joias enviadas pelos árabes para Michelle Bolsonaro.

O ex-secretário não era ligado à Bolsonaro. Inclusive, José Tostes era responsável por investigações como o caso das “rachadinhas” realizadas na assembleia do Rio de Janeiro, envolvendo o filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro. Até a sua saída, o José Tostes negou a retirada das joias.

Outro ponto que pode ter contribuído para a sua saída foi o fato de que servidores da Receita não estavam satisfeitos com a gestão do ex-secretário. De acordo com relatos de servidores, o secretário não fez a convocação de novos concursos e, durante a pandemia, não fez a transição dos servidores para o trabalho remoto.

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Flávio CostaFlávio Costa
Estudante de jornalismo, já atuou na área de assessoria política ao compor o time de comunicação da atual governadora do estado, durante sua campanha eleitoral. Anteriormente, cursou 2 anos no curso de relações internacionais, podendo ampliar sua visão no aspecto macro e micro do cenário nacional e internacional. Fluente em inglês, já atuou como professor de idiomas e também de matemática. Por fim, trabalhou ainda como analista de operações pelo grupo Amazon. Atualmente, dedica-se a universidade e ao portal FDR. Suas redes sociais são @flavioarcosta e flavioarcosta@gmail.com.
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