Congresso: Como o mercado reagiu às eleições dos presidentes da Câmara e do Senado?

Na última quarta, 1º de fevereiro, foram eleitos Arthur Lira para comandar a Câmara e Rodrigo Pacheco para o Senado. A escolha dos dois já era esperada, no entanto, mesmo assim especialistas e investidores vinham acompanhando de perto as votações. Agora, a percepção deles é que a confirmação destes nomes trouxe uma maré positiva para o mercado de capitais.

A maior dúvida era como estas escolhas ditariam a forca do Poder Executivo. A dinâmica das votações iram ajudar a estabelecer como será a influência do novo governo, comandando por Lula, no dia a dia do Legislativo.

“A eleição do Congresso mostrou alguns pontos interessantes. Entraram os candidatos preferidos do Governo atual mas, ao mesmo tempo, houve uma votação significativa no Senado para o candidato da oposição. Esperava-se por volta de 20 votos e foram mais de 30”, disse ao InfoMoney Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora.

No Senado, Rogério Marinho do PL, que já atuou como ministro do governo anterior, obteve 32 votos, contra 49 votos de Pacheco. Desta forma, a projeção é que a governabilidade do PT, que é um partido que historicamente defende o expansionismo fiscal, fique mais fraca.

“É algo expressivo do ponto de vista de governabilidade, uma vez que o Governo terá de negociar com o pessoal que votou no Marinho nos próximos dois anos para conseguir aprovar suas pautas”, disse ao InfoMoney Matheus Spiess, analista da Empiricus.

Arthur Lira, por sua vez, não teve grandes dificuldades para vencer a eleição. O político que é articulador do Centrão, obteve 464 votos, votação recorde na casa. Ele conta com o apoio do presidente Lula.

“A margem da vitória de Arthur Lira merece destaque. O consenso previa algo por volta de 450 votos e ele conseguiu mais de 460, muito mais do que na sua primeira eleição, há dois anos. Neste contexto, há espaço maior para uma barganha dele frente a Lula. E como ele se vê representante do centro e da centro direita, visto seu histórico, é possível que ele sirva como um freio para ímpetos heterodoxos e menos mercadológicos, o que seria positivo”, disse Spiess ao InfoMoney.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.