Se a Americanas falir, como ficam os investidores?

O ano começou turbulento para a Americanas após o rombo de R$20 bilhões reportado no último dia 11. Diante disso, muitas perguntas vem sendo feitas e uma das principais é se a companhia varejista pode de fato falir.

A situação da empresa é extremamente complexa e envolve um caixa de R$800 milhões, débitos de R$43 bilhões e pelo menos 16,3 mil credores. No entanto, segundo fontes procuradas pelo site E-Investidor, por mais que isto pareça desesperador e que o receio esteja crescendo enquanto o marcado espera a revelação da lista de credores da Americanas, a recuperação judicial pode ser o bastante para manter a empresa operando. 

A varejista entrou com pedido de recuperação judicial na semana passada na Quarta Vara Empresarial do Rio de Janeiro e a solicitação já foi aceita pela Justiça. Com a medida, a empresa  teve suas obrigações suspensas por 180 dias, período em que ela não pode ter suas dívidas cobradas. Já está contanto também o prazo de 60 dias para que a varejista apresente o plano de recuperação judicial.

“Neste documento constará a forma de reestruturação de sua operação e forma de pagamento dos credores, geralmente com deságio, carência e parcelamento”, disse Felipe Scavazzini, presidente da Comissão de RJ da OAB/RP e sócio da SSBM Advogados ao E-Investidor.

Este plano de recuperação precisa ser votado pelos credores da empresa em uma Assembleia Geral de Credores, em data e local que serão determinados pelo juiz do caso. É previsto pela  lei que a assembleia seja convocada em até 150 dias após a apresentação do documento, no entanto, na prática, esse período geralmente é estendido ao passo que a empresa tenta chegar em um ponto comum com os credores. 

É justamente nesta negociação que estão os riscos de uma possível falência para qualquer empresa que entra em recuperação judicial. A Americanas afirmou através de um comunicado para os clientes que não vai falir e que “a recuperação judicial é uma forma de empresas viáveis economicamente seguirem com suas operações, com seu caixa preservado e negociando soluções com seus credores”.

Existem duas possibilidades para que a falência da Americanas aconteça. A primeira possibilidade é de que o plano seja aceito pelos credores, mas que as obrigações determinadas não sejam obedecidas no prazo de dois anos posteriores a recuperação judicial. Já a segunda possibilidade é que a empresa e os credores não consigam chegar a um acordo e o plano não seja aprovado.

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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