No último domingo, 22, o presidente Lula deu início as viagens internacionais e a Argentina foi o primeiro país onde ele aterrizou. Este encontro deve render algumas novidades na relação comercial entre as duas principais economias da América Latina.
É esperado que ao menos existam avanços nas discussões a respeito da moeda comum entre os países.
A reunião de Lula com o presidente da Argentina, Alberto Fernandez deve marcar o começo dos trabalhos de integração entre o real e o peso, que tem a finalidade de diminuir a dependência do dólar e estimular as duas maiores economias da América Latina.
“Haverá uma decisão para os estudos dos parâmetros necessários para uma moeda comum, que inclui desde questões fiscais até o tamanho da economia e o papel dos bancos centrais”, disse o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, ao Financial Times.
Desta forma, o projeto de criação da “sur”, sugestão de nome para a moeda dada pelo Brasil, deve abranger demais países da América Latina caso realmente vire realidade. Mas, o projeto dele levar alguns anos até ser concluído e colocado em prática.
Esta união monetária que poderá incluir toda a América Latina poderia responder por até 5% do PIB (Produto Interno Bruto), de acordo com projeções da Financial Times.
“São múltiplas as áreas em que voltaremos a trabalhar juntos em temas importantes para a qualidade de vida de nossas populações, como combate à fome e à pobreza, saúde, educação, desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas e redução de todas as formas de desigualdade”, disseram os presidentes do Brasil e da Argentina em um artigo publicado no portal argentino Perfil no sábado, 21.
“A relação fluida e dinâmica entre Brasil e Argentina é essencial para o avanço da integração regional. Junto com nossos parceiros, queremos que o Mercosul constitua uma plataforma para nossa efetiva integração com o mundo, por meio da negociação conjunta de acordos comerciais equilibrados que respondam aos nossos objetivos estratégicos de desenvolvimento”, seguiram.
Antes de finalizar, Lula e Alberto Fernandez falaram sobre a criação da moeda única. “Pretendemos quebrar as barreiras em nossas trocas, simplificar e modernizar as regras e incentivar o uso de moedas locais. Também decidimos avançar nas discussões sobre uma moeda sul-americana comum que possa ser usada tanto para fluxos financeiros quanto comerciais, reduzindo custos operacionais e nossa vulnerabilidade externa.”