Lojistas das Americanas colocam preços de produtos nas alturas por este motivo. Notebook é vendido por R$ 40 mil

Os lojistas presentes no marketplace da Americanas começaram, desde a última quarta-feira, quando foi solicitado o processo de recuperação judicial, a aumentar consideravelmente os seus preços nos sites da empresa para tentar impedir uma venda maior e ficar com valores a serem recebidos presos com a companhia.

Lojistas das Americanas colocam preços de produtos nas alturas por este motivo. Notebook é vendido por R$ 40 mil (Imagem: FDR)

Essas mudanças foram identificadas após alterações nas demandas em relação a ofertas de produtos (como eletrônicos) no site da Americanas, cruzadas com informações que estão sendo veiculadas pelos próprios vendedores, que confirmam a decisão em grupos de mensagens voltados para discutir a crise na empresa.

Esse processo é fruto de uma uma decisão que pode ser considerada um contrassenso. No caso da empresa informar, antecipadamente, que analisava dar entrada em pedido de recuperação judicial, que podem reter ou capturar recursos do caixa da rede.

Assim, normalmente, as companhias não avisam de forma antecipada ao mercado que pretendem entrar com pedido de recuperação judicial, com o intuito de evitar reações deste tipo. Entretanto, como a situação degringolou muito rapidamente, a companhia precisou informar antes de protocolar o pedido.

Vendedores colocam preços fora da realidade em site da Americanas

Em um dos anúncios alterados, há notebooks da marca Dell, considerados top de linha, que estão sendo comercializados no valor de pouco mais de R$ 19 mil no site da Americanas. Em comparação, no KaBuM!, do Magazine Luiza, o mesmo item custa R$ 11,1 mil.

Vale lembrar que a operação de marketplace da Americanas, quando ocorre a venda de itens de terceiros, corresponde a cerca de 65% das operações totais do e-commerce. Fazendo com que o estoque próprio da empresa varejista esteja relacionado apenas a 35% das vendas.

A alternativa para esse processo de subida de preços seria o fechamento das contas dos lojistas no marketplace da companhia. Porém, devido à complexidade desse processo, os vendedores terceirizados estão preferindo mudar preços ou condições de frete para tornar a venda pouco interessante ao consumidor.

Segundo informações reveladas pelo jornal Valor Econômico, a diretoria das Americanas enviou um comunicado aos lojistas dias atrás. Segundo a nota divulgada, “as vendas continuam acontecendo normalmente”, assim como a expedição e coleta no marketplace.

Dessa forma, a Americanas seguiria oferecendo serviços de distribuição e logística aos vendedores. Além disso, a companhia ainda ressaltou, antes do pedido de recuperação judicial, que continuaria repassando o valor correspondente às vendas aos lojistas.

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