Americanas se juntou ao grupo: Confira os maiores episódios de recuperação judicial no Brasil

Pontos-chave
  • Conheça os maiores casos de recuperação judicial do país
  • Entenda o que é recuperação judicial

A situação atual da Americanas não é mais confortável e a empresa pode ter que passar por uma recuperação judicial. Fora a empresa varejista, existem outros casos de grandes empresas que passaram pela mesma situação. Conheça os maiores episódios de recuperação judicial no país e entenda o que isso significa.

Maiores casos de recuperação judicial no país 

  • Odebrecht R$98,5 bilhões

Este é o maior caso de recuperação judicial registrado no Brasil. A empreiteira entrou com o pedido em 2019 e o processo ainda está em andamento. A empresa, que se envolveu na operação Lava Jato, mudou de nome passando a se chamar Novonor.

  • Oi R$65 bilhões 

O processo de recuperação judicial da operadora de telefonia terminou após seis anos. Atualmente a Oi ainda está na ativa e deve emprestar o time jurídico para a Americanas.

  • Semarco R$50 bilhões 

A empresa entrou com pedido de recuperação em 2021 após detectar dívidas de até R$50 bilhões. A Semerco, que atua no ramo da mineração, enfrenta problemas judiciais desde o rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais.

  • Americanas R$43 bilhões 

Depois que a empresa comunicou que detectou inconsistências contábeis de R$20 bilhões, as investigações internas da varejista descobriram um montante ainda mais alto. Por conta disso, a empresa ficou em 4º lugar no ranking das maiores recuperações judiciais do Brasil.

  • Sete Brasil R$19,3 bilhões

A companhia que foi concebida para gerenciar poços de petróleo, viu seu capital colapsar ao longo da Lava Jato. A empresa solicitou recuperação em 2016 e ainda está acontecendo. 

  • OGX R$12 bilhões 

O grupo empresarial de propriedade de Eike Batista possuía uma dívida em 2013 de R$13 bilhões, e a empresa ficou com dificuldades após Batista ser preso em um esquema de propina com o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.

  • OAS R$11,15 bilhões 

A construtora também acabou envolvida na Lava jato e seu pedido de recuperação é o sétimo maior do país. A empresa foi adquirida por um fundo de investimentos e atualmente tem o nome de Grupo Metha.

  • Grupo João Santos R$11 bilhões

A empresa, que chegou a ser proprietária da segunda maior companhia de cimento do Brasil, se viu sem saída quando detectou um rombo de R$13 bilhões nas contas. O pedido de recuperação foi feito no ano passado pelo empresário João Santos. 

  • Ecovix R$6 bilhões 

A empresa que administra o Estaleiro Rio Grande, também estava envolvida na investigação da Lava Jato e sofreu ainda com a crise da Petrobras em 2014. A empresa ainda busca diversificar a área d atuação para pagar os credores.

  • Schahin R$5,85 bilhões

Esta é a única das empresas citadas que teve a falência decretada. O grupo atuava em várias áreas ao longo de mais de 50 anos. Ela também foi investigada na Lava jato. 

Saiba como funciona a recuperação judicial

O objetivo da recuperação judicial é o de dar um respiro para as empresas que possuem possibilidades reais de se recuperar e sair de uma má fase. Entre as consequências centrais está a dificuldade de acesso ao crédito. Por conta disso, a capitalização da Americanas é algo importante, mesmo se ela estiver passando por uma recuperação judicial.

Caso a empresa varejista precise ir por esse caminho, será necessário realizar uma solicitação  formal à Justiça e criar um plano que será submetido aos credores.

Os débitos da empresa anteriores à recuperação judicial ficam sujeiras a este plano, incluindo ainda possíveis solicitações de indenização por parte de acionistas, mesmo quando a decisão final venha depois que  a companhia já tenha em entrado em recuperação.

É necessário que o plano seja aceito por 50% dos credores. Caso aprovado, o credor que não concordar com as condições terá que aceitá-las mesmo assim. Já se o plano não for aprovado, a empresa pode ter a falência decretada.

Geralmente, os planos de recuperação pressupõem um período maior para que as dívidas sejam quitadas. Incluem ainda abatimentos no valor total, que podem chegar a 70%. Planos de recuperação judicial geralmente também envolvem venda de ativos e fechamento de lojas que não estejam correspondendo.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.