Auxílio-reclusão mais caro que o salário mínimo? Entenda a problemática em torno de Lula

Pontos-chave
  • Informações falsas sobre o aumento do valor do auxílio-reclusão foram compartilhadas;
  • O benefício tem sua quantia definida com base nas regras da Reforma da Previdência;
  • A solicitação do benefício pode ser feita online.

O auxílio-reclusão foi criado em 1960 e tem como objetivo liberar uma espécie de pensão para dependentes de brasileiros que forem presos. Mas para ter direito ao recebimento dessa quantia o cidadão precisa ter contribuído ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Recentemente esse auxílio voltou a ser discutido, principalmente depois de uma fake news envolvendo o benefício e o governo atual ter sido compartilhada.

Auxílio-reclusão mais caro que o salário mínimo? Entenda a problemática em torno de Lula
Auxílio-reclusão mais caro que o salário mínimo? Entenda a problemática em torno de Lula (Imagem: FDR)

Foi compartilhado nas redes sociais da atriz Regina Duarte e do político Carlos Jordy, a informação de que o governo de Luís Inácio Lula da Silva (PT) havia aumentado o valor do auxílio-reclusão. A mensagem disse ainda que a quantia chegava a R$ 1.754,18 maior que o salário mínimo desse ano que foi estabelecido em R$ 1.302,00. A informação, no entanto, é mentirosa.

A verdade é que desde 2019, quando foi aprovada a Reforma da Previdência, o valor de pagamento do auxílio-reclusão foi limitado ao salário mínimo do país. Isso significa que atualmente quem solicitar e ganhar direito ao pagamento deste auxílio, vai receber no máximo R$ 1.302.

Mas então, de onde surgiu o valor de R$ 1.754,18? A verdade é que essa quantia é referente ao limite de renda da família que ganha direito de receber a pensão enquanto o responsável financeiro do lar estiver preso. Essa informação foi repassada por meio de uma portaria publicada no dia 10 de janeiro desse ano. É comum que o limite de renda das famílias seja reajustado todos os anos.

Quem tem direito de receber o auxílio-reclusão?

É o INSS o responsável por analisar e fazer o pagamento do auxílio-reclusão para aqueles que têm direito. A quantia é destinada aos dependentes do segurado de baixa renda recolhido à prisão em regime fechado, desde que esse cidadão não tenha acesso a nenhum outro pagamento previdenciário ou trabalhista.

As condições para que esse benefício seja liberado são:

Serão considerados como dependentes aqueles que são:

Vale lembrar que o pagamento não pode ser feito para segurados do INSS que estejam recebendo auxílio por incapacidade temporária, pensão por morte, salário-maternidade, aposentadoria ou abono de permanência em serviço.

CALENDÁRIO DE PAGAMENTOS DO INSS JANEIRO 2023: NOVO VALOR DAS APOSENTADORIAS E PENSÕES

Por quanto tempo o auxílio-reclusão é pago?

O tempo de duração do auxílio-reclusão varia conforme a idade do dependente do segurado do INSS. E pode ser cessado caso o segurado fuja da prisão, ele ou seu dependente venham a falecer, pelo fim da invalidez de filhos ou irmãos que recebem o auxílio.

A liberação do auxílio-reclusão é feita durante esse prazo de tempo:

Idade Tempo que o Auxílio-Reclusão vai durar, a partir da DIB*, para o cônjuge ou companheiro
Menos de 22 anos 3 anos
Entre 22 e 27 anos 6 anos
Entre 28 e 30 anos 10 anos
Entre 31 e 41 anos 15 anos
Entre 42 e 44 anos 20 anos
44 anos ou mais Vai durar enquanto o segurado estiver preso

*DIB – Data de Início do Benefício.

Passo a passo para pedir o auxílio-inclusão no INSS

Munido de informação, agora cabe ao dependente fazer o pedido do auxílio-reclusão em um canal do INSS. A Previdência Social fará a análise para entender se o cidadão tem direito de receber o benefício, e em seguida fará a liberação. Pode ser necessário anexar documentos que comprovem o vínculo com o segurado preso.

A solicitação online acontece da seguinte forma:

O acompanhamento da avaliação do INSS sobre o benefício pode ser feita também online, em “Consultar resultado”. O valor de até um salário mínimo será transferido para a conta cadastrada.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com
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