Bolsa de Valores: como o Natal pode impactar empresas de varejo?

Neste fim de ano, as empresas estão tendo que lidar com uma verdadeira montanha-russa na bolsa de valores brasileira, a B3, algo ainda mais intenso que um rali de Natal, com a volatilidade seguindo basicamente o que ocorreu em boa parte deste ano.

Depois das quedas observadas na semana passada com receios sobre a parte fiscal, o respiro com a PEC da Transição deu um gás para os papéis do setor entre segunda e terça, no entanto as empresas, em especial as de comércio digital, passaram por uma grande queda na segunda, com os lucros sendo embolsados pelos investidores.

Mesmo diante da alta registrada no começo da semana, os analistas ainda tem um olhar conservador para ativos do Magalu, Via e Americanas, por exemplo, com o pensamento de que os juros demorarão mais para cair e que vão ficar em alta por mais tempo que o previsto antes das eleições. Nas últimas semanas, Goldman Sachs, Morgan Stanley, BB Investimentos e Itaú BBA revisaram para baixo as suas projeções para uma ou mais empresas do setor.

Ao passo que ainda é projetado um 2023 desafiador, os analistas estão de olho em como as festas de fim ano irão afeitar as empresas varejistas e de consumo em todo mundo. Para o Natal, as notícias não são boas para empresas que comercializam eletrodomésticos e eletroeletrônicos, já que o alto comprometimento da renda com dívidas e os juros dos financiamentos devem segurar o consumo de produtos mais caros, que geralmente são comprados a prazo. 

No entanto, a Copa do Mundo em um período atípico pode ter conseguido impulsionar as vendas de fim de ano.

Embora o preço dos alimentos esteja em alta, a projeção é que este seja o Natal comida, da bebida e das roupas, produtos mais baratos e que geralmente são comprados à vista ou, no máximo, parcelados no cartão. O retorno das festas de família deve dar um impulso extra às vendas dos básicos.

Na visão dos analistas, mesmo que a intenção de compra dos consumidores tenha sido reduzida de maneira generalizada ante 2021, o volume de vendas mais baixo pode ser compensado parcialmente por maiores tíquetes médios. 

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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