Promessa de campanha do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o salário mínimo terá aumento real acima da inflação já a partir de 2023. A garantia foi realizada na última terça-feira pelo senador eleito Wellington Dias (PT-PI), coordenador do plano de governo de Lula.
De acordo com Dias, a ideia é que o reajuste seja feito com 1,4% de incremento acima do índice revelado pelo IPCA nos últimos doze meses. O aumento no salário mínimo já passaria a valer a partir do dia 1º de janeiro.
“Garantir o reajuste do salário mínimo, que já tem uma previsibilidade pela inflação, mas o compromisso, já do primeiro ano, é de implementar a regra da média do PIB dos últimos cinco anos”, explicou o petista.
Nova fórmula do salário mínimo já é conhecida
Essa fórmula será replicada do que foi desenvolvido em outros governos do Partido dos Trabalhadores. Em 2007, no início do segundo mandato de Lula, o salário mínimo passou a ser reajustado para além da inflação, sendo aplicado também o índice de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior, sendo este o real valor do aumento da remuneração-base do país.
“Como houve queda (do PIB), momentos mais elevados, momentos baixos, provavelmente vai ficar aí em um patamar de 1,3%, 1,4% de ganho real nesse primeiro ano. Mas precisa constar do Orçamento”, disse Dias em entrevista à Globonews.
Para isso, a equipe de transição vem trabalhando em constantes negociações com o relator do orçamento federal para 2023, o senador Marcelo Castro (MDB-PI). Segundo os petistas, há a necessidade de adaptar a peça enviada pelo governo Bolsonaro em agosto para o que está previsto pela nova administração.
Auxílio Brasil segue prioridade de governo
Dias ainda ressalta que o governo Lula segue tratando a continuidade do pagamento do Auxílio Brasil – futuramente chamado de Bolsa Família – como a prioridade número zero do governo.
“O objetivo é garantir a continuidade do Auxílio Brasil. Então, os R$ 600 seguem em condições de pagamento, a partir de 1º de janeiro. Não haverá descontinuidade, o que preciso? É uma PEC? A necessidade de constar no Orçamento? É isso que nós teremos de garantir”, finalizou.
Conterrâneo do coordenador Lulista, o senador Marcelo Castro se mostrou aberto à colaboração com o novo governo. Segundo o emedebista, não há motivos para atravancar as propostas de mudanças no orçamento a fim de melhorar a vida da população.
“As coisas que são inadiáveis temos que resolver agora e o que não for temos tempo para cumprir com maior profundidade. Contudo, sabemos que muitas coisas precisam ser modificadas no país e eu vejo que o novo governo contará com a boa vontade, colaboração da ampla maioria do Congresso Nacional. Não vejo ânimo para dificultar a ação do governo eleito”, avaliou Castro.