O Brasil entrará em 2023 com uma inflação acima do esperado. O boletim Focus indicada a previsão de que a inflação em 2022 deve fechar em 5,61%, e não em 3,5%, que era a meta para o final deste ano. Combater o grande aumento dos preços é um dos maiores desafios que o presidente Luís Inácio Lula da Silva enfrentará no seu novo mandato.
Analistas apontam para uma inflação alta em todo o mundo no próximo ano, mas que a média no Brasil deve desacelerar. Contando com aliados mais diversos, o time de Lula reúne também economistas liberais para a tomada de decisões sobre o que será feito nos próximos anos. Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, é um dos nomes cotados para o cargo de ministro da Economia.
As propostas do petista para aumentar o salário mínimo acima da inflação e de isenção e descontos no Imposto de Renda indicam um maior gasto público na nova gestão do país. O Bolsa Família, programa social de transferência de renda para as famílias mais pobres, deve voltar mantendo o valor de R$ 600 que hoje é pago pelo Auxílio Brasil.
A economista Alessandra Ribeiro acredita que, apesar de aumentar os gastos públicos, o governo federal não deve extrapolar o teto. O Banco Central propôs 3,25% como meta de inflação para 2023, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, que é um número desafiador para o novo presidente.
Lula ainda não divulgou oficialmente quem vai compor a sua equipe econômica, o que também não dá certeza sobre qual será a política fiscal adotada para os próximos quatro anos. Quando divulgados, os nomes escolhidos já passarão um recado ao mercado sobre como deve ser o cenário econômico do país no novo governo.
Já o Banco Central do Brasil deve manter a sua autonomia no terceiro mandato de Lula. A independência do governo é essencial para que o BC mantenha uma política monetária de controle da inflação, analisando e determinando metas ao governo em exercício.
Os ajustes de preços com a inflação de 2023
A previsão de preços dos alimentos é de que continue estável em relação aos preços de 2022, apesar de que os industrializados podem baixar um pouco. Alimentos naturais, que foram fortemente afetados por questões climáticas e pela pandemia, devem voltar a ter variação apenas pela estação de cada um.
O preço do combustível deve subir no início do ano caso a isenção do ICMS, medida do atual presidente Jair Bolsonaro que é válida até o dia 31 de dezembro de 2022, não seja prorrogada. Especialistas afirmam que o aumento deve ser pontual e que depois o preço tende a se estabilizar.
