- Paralisação dos caminhoneiros atinge setor econômico do país;
- Atos foram considerados antidemocráticos e ilegais;
- PRF começou operação de desobstrução das rodovias.
Desde a noite do dia 30 de outubro, quando o resultado do segundo turno das eleições presidenciais foi oficializada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), manifestantes começaram a paralisar rodovias do país. Inicialmente, a paralisação foi identificada como uma greve dos caminhoneiros, mais foi visto que se trata na maioria de grupos de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL).
Por unanimidade, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) expediram uma ordem para que a PRF (Polícia Rodoviária Federal) passasse a agir nos pontos de paralisação. O pedido foi feito na noite de segunda-feira, 31 de outubro, e desde então a polícia tem agido nestes locais. Os atos foram classificados como ilegais e antidemocráticos, porque são contra o resultado das urnas.
Apoiadores bolsonaristas criticam o fato de Luís Inácio Lula da Silva (PT) ter sido eleito presidente do país, embora o candidato petista tenha conquistado 60 milhões de votos. Eles também acusam o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de fraude e pedem por intervenção militar. No dia 2 de novembro, além do bloqueio de rodovias grupos se posicionaram em frente aos quartéis pedindo intervenção.
Os caminhoneiros foram os primeiros a iniciar a paralisação nas principais rodovias do país, impedindo o transporte de cargas e causando engarrafamento em diferentes pontos. Até a manhã desta quinta-feira, 3, pós feriado nacional, ainda era possível ver pontos de interdição.
Quais rodovias foram interditadas pelos caminhoneiros?
Na manhã de 31 de novembro havia o registro de 70 pontos de paralisação dos caminhoneiros, em 11 estados brasileiros. Os profissionais que agiram como apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, impediram a passagem de qualquer veículo de transporte de carga nas principais estradas brasileiras.
Os veículos de passeio poderiam circular em alguns locais, mas o tráfego estava extremamente lento e passava de dez horas de trânsito. Todo esse cenário foi motivado inicialmente pelos caminhoneiros, mas profissionais da própria classe admitiram em entrevista para portais de comunicação, que muitos foram obrigados a parar, embora não quisessem.
As principais rodovias paradas foram:
- Via Dutra – sentindo São Paulo e no sentido Rio de Janeiro;
- Ayrton Sena – trecho que dá acesso ao Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP);
- Em Santa Catarina: BR-101, BR-470, BR-116, BR-280, BR-153 e BR-282;
- Mato Grosso: BR-163 em Nova Mutum, km 594, sentido sul.
Estados que ainda contam com pontos de paralisação
A PRF tem feito ações de desobstrução das rodovias estaduais e federais, a fim de que o tráfego de veículos volte a funcionar normalmente. Com a resistência de alguns, aplicando multa de R$ 5 mil a cada hora que os caminhoneiros descumprissem a ordem do STF, conversado com os grupos, e em casos de necessidade usado spray de pimenta.
Durante o feriado de finados, em 2 de novembro, algumas rodovias foram desocupadas e os pontos de bloqueio diminuindo. Mas na manhã desta quinta-feira, 3, segundo publicação da PRF em sua conta no Twitter ainda existem 86 manifestações acontecendo. Concentradas principalmente nos estados de: Mato Grosso, Santa Catarina, Pará e Rondônia.
As paralisações ocorrem em:
- Acre: duas interdições
- Amazonas: uma interdição
- Goiás: uma interdição
- Minas Gerais: uma interdição
- Mato Grosso: 27 interdições
- Mato Grosso do Sul: uma interdição
- Pará: dez interdições
- Paraná: uma interdição
- Rondônia: nove interdições
- Rio Grande do Sul: três interdições
- Santa Catarina: 17 interdições e 13 bloqueios
Como a greve dos caminhoneiros atinge a economia
Em 2018 os caminhoneiros fizeram uma paralisação de pelo menos nove dias no país, na época a solicitação era pela diminuição no preço cobrado pelo óleo diesel. Dessa vez, no entanto, o protesto é contra o resultado das urnas e pode estar usando o nome da classe de trabalhadores de forma inconveniente.
Desde que as paralisações começaram, a Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) já emitiu uma nota informando que o ato não representava a associação. Também foi pedido o respeito às urnas e o pedido de desbloqueio das rodovias. Grupos bolsonaristas usaram desses profissionais como estratégia para protestar.
Diante de todo esse cenário, já foi possível sentir os impactos na economia do Brasil por meio de emissões oficiais de notas dos representantes de classes como:
- Supermercados: desabastecimento em 70% dos comércios de oito unidades federativas do país;
- Postos de combustíveis: falta de gasolina;
- Aeroportos: falta de combustível e cancelamento de voos;
- Indústrias: dificuldade de acesso dos funcionários, e falta de matéria prima para produção;
- Agricultores e produtores rurais: não conseguem entregar seus produtos, estão perdendo mercadoria;
- Saúde: insumos para vacina não chegaram aos seus destinos.