Greve dos caminhoneiros: saiba se o movimento vai afetar o abastecimento de supermercados e postos de gasolina

Desde a madrugada da segunda-feira (31), caminhoneiros começaram a bloquear estradas de todo o Brasil em protesto ao resultado da eleição ocorrida no domingo. Parte da categoria não aceita a vitória de Luís Inácio Lula da Silva como o próximo presidente do país. As movimentações, que não param de crescer, já duram mais de 24 horas e os brasileiros começam a se perguntar se haverá uma nova greve dos caminhoneiros.

O cenário de dificuldade para abastecer em postos de gasolina e comprar alimentos e outros produtos essenciais nos supermercados ainda está fresco na memória das pessoas. A greve dos caminhoneiros de 2018, que durou 10 dias, foi a maior da história da categoria e afetou diretamente a vida de toda sociedade brasileira.

Até a manhã desta terça-feira (1º/11), já foram registrados bloqueios em rodovias de 25 estados, incluindo o Distrito Federal, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Junto aos caminhoneiros que protestam contra a vitória de Lula, estão apoiadores de Jair Bolsonaro de outras profissões, como produtores rurais e empresários.

Alexandre de Moraes, ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), relatou uma ação ainda na segunda-feira determinando que a PRF e os policiais militares dos estados desbloqueiem as rodovias. A determinação foi acatada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e tem caráter imediato. Caso não seja cumprida, o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, receberá multa de R$ 100 mil por hora a partir da meia-noite do dia 1º de novembro.

O atual presidente da República ainda não se manifestou a respeito do resultado das eleições e nem da movimentação nacional dos seus apoiadores que bloqueiam as rodovias. Bolsonaro permanece em silêncio nas redes sociais desde o dia 29 de outubro e também não responde à imprensa.

Uma nova greve dos caminhoneiros pode afetar o abastecimento de supermercados e postos de gasolina?

Sem liderança oficial, o bloqueio dos caminhoneiros apoiadores de Jair Bolsonaro tem participantes com opiniões divididas. Parte do grupo pede intervenção militar e diz que só sairá das rodovias com o Exército. Outros manifestantes dizem não apoiar a intervenção militar e esperam um posicionamento do atual presidente para definir o próximo passo.

Caso continue tomando mais estradas do país e crescendo em apoiadores, a paralisação dos caminhoneiros pode tomar as mesmas proporções da greve de 2018. Até agora, o movimento não interferiu de forma significativa no abastecimento de itens essenciais.

É importante lembrar que nem todos os trabalhadores da categoria concordam com os bloqueios. Diferente de outras greves dos caminhoneiros, em que a motivação eram melhorias para os profissionais, o protesto atual não tem adesão da grande maioria dos trabalhadores.

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Emília Prado
Jornalista graduada pela Universidade Católica de Pernambuco. Tem experiência com redação publicitária e jornalística, com passagem pelo Diario de Pernambuco e Sistema Jornal do Commercio de Comunicação. No portal FDR, é redatora na editoria de renda e direitos sociais.