A greve dos caminhoneiros como um ato de protesto antidemocrático sobre o resultado das urnas nas eleições presidenciais, começou ainda no domingo, 30 de outubro. Desde então as principais rodovias brasileiros têm ficado interditadas, com veículos de transporte de carga de diferentes setores. Todo esse cenário causa o desabastecimento dos produtos e atinge diretamente a economia do país.
Embora esteja levando o nome de greve dos caminhoneiros, o ato de paralisação é muito mais em nome dos bolsonaristas, isto é, apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Alguns motoristas já confessaram a imprensa que não têm o interesse de bloquear as rodovias, mas estão sendo pressionados por outros para que continuem parados. Diante disso, o funcionamento da economia do país é atingida.
Estas paralisações são ilegais, e desde a noite de 31 de outubro os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) já emitiram uma ordem para que a PRF (Polícia Rodoviária Federal) iniciasse a operação para desbloquear as vias. Desde então, as rodovias têm sido desobstruídas aos poucos, já que existe um ato de resistência dos manifestantes.
Diante de todo esse cenário, supermercados estão sendo desabastecidos, voos foram cancelados já que as rodovias que dão acesso aos aeroportos estavam fechadas. E o mais grave, insumos como ovos usados para produção de vacinas foram perdidos devido ao tempo de paralisação nas estradas.
Reação da economia à greve dos caminhoneiros
Informações de Marcio Milan, vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), compartilhadas na terça-feira (1), mostraram que 70% dos supermercados em oito federações do país já estavam sofrendo com desabastecimento. Além da greve dos caminhoneiros, o aumento da aquisição dos produtos com receio da falta de estoque, acaba prejudicando o funcionamento.
No Aeroporto Internacional de São Paulo em Guarulhos, o maior do país, até a noite de terça-feira (1), 25 voos haviam sido cancelados. As informações são da GRU Airport, concessionária responsável pelo funcionamento do local. Tudo por conta do bloqueio na rodovia Ayrton Sena que dá acesso ao aeroporto.
Ainda na segunda-feira, 31 de outubro, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) emitiu uma alerta importa sobre o risco de falta de combustível para dar continuidade aos voos. Podendo prejudicar não só o transporte de passageiros, mas até mesmo o transporte gratuito para transplante de órgãos.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também informou que as indústrias já sentiam os impactos no escoamento da produção, e relatavam casos de impossibilidade do deslocamento de trabalhadores, logo a paralisação das fábricas.