“Nós roubamos menos”. Entenda o que Paulo Guedes quis dizer ao falar do seu governo

Um deslize cometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, resultou em uma fala extremamente polêmica. Durante um comentário sobre a promessa feita por Bolsonaro em ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda, o chefe da pasta econômica disse que o atual governo roubou menos que na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.

"Nós roubamos menos". Entenda o que Paulo Guedes quis dizer ao falar do seu governo
“Nós roubamos menos”. Entenda o que Paulo Guedes quis dizer ao falar do seu governo, (Imagem: Montagem/FDR)

De imediato, a fala teve grande repercussão na internet. Basicamente, Paulo Guedes confirmou as práticas criminosas no atual governo de Jair Bolsonaro. Tudo começou após um questionamento sobre a isenção do IR para trabalhadores que ganham até R$ 6 mil. O limite é superior aos R$ 5 mil prometido por Lula.

“Eu, se fosse o Bolsonaro, diria: tudo o que o Lula fizer, eu faço mais. Por quê? Porque nós roubamos menos”, afirmou. E se corrigiu imediatamente em seguida: “Nós não roubamos”.

Paulo Guedes tentou corrigir a infeliz fala explicando que, quem rouba não consegue pagar muito. Além disso, também prometeu cobrir todas as promessas feitas por Lula. 

“Eu, se fosse o Bolsonaro, diria: tudo o que o Lula fizer, eu faço mais. Por quê? Porque nós roubamos menos”, afirmou. Imediatamente, completou: “Nós não roubamos”.

Ainda no evento, Paulo Guedes acusou o PT de querer taxar os pagamentos via Pix. Algo que não foi tratado pela campanha de oposição até agora. O ministro também criticou a cobertura da imprensa, que “noticia temas que considera falsos e que isso prejudica a campanha de Jair Bolsonaro (PL)”.

Entenda promessas sobre o Imposto de Renda mencionadas por Paulo Guedes

Lula

Com foco no apoio de um novo público para o segundo turno das eleições 2022, o candidato e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, decidiu reviver uma promessa de campanha. Trata-se do reajuste da tabela de isenção do Imposto de Renda

A última atualização da tabela de isenção do Imposto de Renda aconteceu em 2015. Logo, nota-se uma evidente defasagem no decorrer dos últimos sete anos, a qual o petista promete corrigir durante as eleições 2022. De acordo com o cálculo feito pela equipe de Lula, foi identificada uma inflação acumulada em cerca de 50% neste período.

A atual tabela de isenção do Imposto de Renda, exime a tributação dos trabalhadores cuja remuneração chega a R$ 1.903,98. Com o reajuste prometido por Lula, a faixa de isenção subirá para R$ 3 mil. Este reajuste com foco na população de classe média, teria o poder de modificar as demais faixas de renda. 

Com a atualização da tabela de isenção do Imposto de Renda, todos os valores nela presentes teriam de ser recalculados. Levando em consideração os intervalos atuais, os trabalhadores que recebem salários entre R$ 3 mil a R$ 3.900, passariam a pagar uma alíquota na margem de 7,5%

Desta forma, na próxima faixa de renda em R$ 4.800 incidiria a alíquota de 15%. Por fim, o índice de 22,5% iria incidir sobre a remuneração de R$ 5.700. Atualmente, a taxa máxima é cobrada aos trabalhadores com salário superior a R$ 4.664

Bolsonaro

Mesmo após ter passado quase quatro anos sem obter nenhum progresso nesta pauta, Bolsonaro tenta abraçar novamente a promessa de correção da tabela do IR como uma estratégia política capaz de reelegê-lo no próximo domingo, (30).

Segundo o chefe do Executivo Federal, a correção na tabela do Imposto de Renda já foi alinhada junto ao Ministério da Economia. Entretanto, nenhum detalhe foi repassado quanto a quais seriam, precisamente, as mudanças na cobrança do tributo. 

Na prática, a demora do presidente em cumprir a promessa representa um aumento anual no Imposto de Renda. Pois, a cada ano que se passa, os brasileiros são obrigados a prestar contas ao fisco e, quem já tem este hábito há anos, fica cada vez mais defasado.

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Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.
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