2º turno das eleições: entenda como funciona o registro de voto nas urnas eletrônicas

Neste domingo (29), o Brasil irá parar para eleger seu novo presidente da república. As eleições 2022, no entanto, apresentam um certo clima de tensão e instabilidade política, devido as acusações sobre a eficácia e segurança das urnas eletrônicas. Em entrevista exclusiva, especialista explica os riscos do processo eleitoral. Confira.

ELEIÇÕES 2022: as urnas eletrônicas são seguras? O que devo saber antes de ir votar? Especialista responde suas principais dúvidas
As URNAS ELETRÔNICAS são seguras? Especialista explica tudo que você precisa saber antes de votar nas ELEIÇÕES 2022 (Imagem: FDR)

As eleições 2022 se encerra neste domingo e com ela surgem inúmeras dúvidas dos eleitores. A urna eletrônica é segura? Até que horas posso votar? Quais documentos devo levar? Esses são alguns dos questionamentos recebidos com frequência pelos nossos leitores.

Atentos a essa demanda, o FDR convidou Esdras Lovo, coordenador e professor do Curso de Direito da Universidade de Franca, para responder as principais dúvidas de vocês. Em entrevista exclusiva, ele explica se as urnas são ou não seguras e traz todos os detalhes sobre o processo eleitoral. Confira:

As urnas eletrônicas são seguras? Quem fiscaliza e contabiliza os votos?

Embora, ultimamente, temos visto a suscitação de dúvida sobre a lisura do processo das urnas eletrônicas, não há provas contundentes. Assim, até aqui, devemos concluir que as urnas eletrônicas são seguras. Ademais, a utilização das urnas eletrônicas tem se mostrado mais segura e eficaz do que o sistema de voto em cédula.

Desse modo, a segurança é conferida da seguinte forma:

  1. Segurança no momento do voto: por meio da identificação e verificação biométrica do eleitor, é possível detectar eventuais duplicidades de inscrições.
  2. Urna Eletrônica: o aparelho é submetido a ciclos periódicos de testes e manutenções. Os programas e sistemas utilizados no dia da eleição são desenvolvidos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Importante destacar que, as urnas eletrônicas, das aldeias indígenas às capitais, utilizam a mesma versão dos programas (que são inseridos antes do dia da votação, assinados digitalmente e lacrados).

Quanto à fiscalização, auditorias verificam a integridade e autenticidade do equipamento. No dia da eleição, nenhum equipamento do sistema eletrônico de votação tem qualquer conexão com a internet, impedindo acesso externo de terceiros aos dados gravados ou que transitam pelo sistema.

Caso haja falha na urna eletrônica, o TSE dispõe de outras urnas que podem substituir, em poucos minutos, a urna com falha. Ademais, o processo eleitoral é aberto à fiscalização de diversas Entidades incluindo o Supremo Tribunal Federal.

E, por fim, no tocante à contabilização dos votos, o presidente da seção eleitoral, utilizando senha própria, encerra a votação e emite o Boletim de Urna (BU), que corresponde ao relatório impresso, em pelo menos cinco vias pela urna eletrônica, e fixado publicamente na seção eleitoral.

O boletim identifica a seção eleitoral, urna, número de eleitores que compareceram e votaram e o resultado dos votos por candidato e por legenda, além dos votos brancos e nulos. A urna eletrônica contém os registros de todos os eleitores que votam na seção, incluindo número de votantes, ausentes e justificativas.

Perdi meu título de eleitor, posso votar sem ele?

Eleitores que perderam o título poderão votar nas eleições de 2022. Nesse caso, deverão apresentar qualquer identificação oficial com foto.

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O que pode e o que não pode ser feito e levado na hora de votar?

No dia da votação, os eleitores poderão manifestar suas convicções políticos ideológicas de forma individual e silenciosa. Ou seja, é permitido o uso de bandeiras, broches, adesivos e camisetas.

Importante salientar que os eleitores, com deficiência ou mobilidade reduzida, poderão contar com a ajuda de uma pessoa de sua escolha, ainda que não tenha sido feito requerimento antecipadamente ao Juiz(a) Eleitoral. Vale lembrar que a urna eletrônica em 2022 terá legenda em Libras para o eleitorado com deficiência auditiva.

Entretanto, é proibido promover aglomerações com pessoas uniformizadas ou portando quaisquer insígnias que identifiquem candidata ou candidato, partido, coligação ou federação.

Ainda, é proibido abordar, aliciar ou tentar persuadir as pessoas que estiverem indo votar, ou ainda distribuir brindes ou camisetas, sob pena de cometer o crime de boca de urna, previsto no artigo 39, parágrafo 5º, inciso II da Lei nº 9.504/1997, a Lei das Eleições. A pena prevista para esses casos é detenção de seis meses a um ano, conversíveis à prestação de serviços à comunidade e multa.

Vale lembrar que é expressamente proibido levar para a cabine de votação aparelho de celular, walkie-talkie, radiotransmissores ou outros equipamentos de telecomunicação, nem câmera fotográfica, filmadoras ou qualquer outro objeto que possa comprometer o sigilo do voto.

Como votar na urna eletrônica?

O TSE possui uma ferramenta que ensina detalhadamente o passo a passo para o eleitor votar na urna eletrônica. Acesse o site do TSE e simule como se estivesse no dia da eleição.

Qual o horário da votação?

Todos os Estados deverão seguir o horário de Brasília na votação (das 8h às 17h), independentemente do fuso.

Como emitir o comprovante de votação?

Basta entrar no site do TSE, clicar no campo “Eleitor” -> “certidões” e emitir a certidão de quitação eleitoral.

Quem não fez o cadastramento biométrico pode votar?

Apesar de aumentar consideravelmente a transparência e confiabilidade no processo eleitoral, quem não fez a biometria não precisa se preocupar. O eleitor poderá votar mesmo sem o cadastro digital. Deverá apresentar documento oficial com foto.

Não votei na eleição passada e não justifiquei, estou impossibilitada de votar nessa eleição?

O eleitor que deixou de votar nas eleições municipais de 2020, não apresentou justificativa ou não pagou a multa prevista poderá votar normalmente nas eleições gerais deste ano.

Esta decisão consta em resolução do Tribunal Superior Eleitoral e levou em consideração a crise sanitária causada pela pandemia da covid-19 e, tem por objetivo, garantir o exercício do voto para toda a população.

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Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.
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