Auxílio Brasil x Bolsa Família: afinal, qual pagou mais?

Pontos-chave
  • Auxílio Brasil paga R$ 600, mas benefício é temporário e não é garantido para 2023;
  • Lula e Bolsonaro propõem transferência de renda de R$ 600 em 2023 sem explicar fonte de financiamento;
  • Bolsa Família vigorou durante 18 anos sem correção anual.

O debate entre os presidenciáveis na Band no último domingo evidenciou a disputa entre Auxílio Brasil x Bolsa Família. Ambos os programas são focados na população brasileira de baixa renda. Mas afinal, qual deles pagou mais?

Auxílio Brasil x Bolsa Família: afinal, qual pagou mais?
Auxílio Brasil x Bolsa Família: afinal, qual pagou mais? (Imagem: FDR)

Durante o debate, Bolsonaro fez uma comparação entre o Auxílio Brasil x Bolsa Família, dizendo que tinha “vergonha” da quantia paga pelo Bolsa Família aos “mais humildes, em especial, no interior do Nordeste”. O programa, consolidado como lei em 2004, paga o teto de R$ 178 a 14,6 milhões de famílias vulneráveis.

Após vigorar por 18 anos, o Bolsa Família foi extinto em outubro de 2021, dando lugar ao Auxílio Brasil, que logo depois da fixação do valor de R$ 400 como parcela mínima, teve o benefício temporariamente elevado para R$ 600. O bônus de R$ 200, no entanto, será pago somente até dezembro de 2022.

Afinal, quais eram e são os valores definitivos do Auxílio Brasil x Bolsa Família? Qual deles teve melhores condições de auxiliar a população brasileira de baixa renda? Verifique todas as respostas abaixo!

Comparação entre o Auxílio Brasil e o Bolsa Família

Auxílio Brasil Bolsa Família
Renda per capita para linha de extrema pobreza R$ 105 De R$ 89
Renda per capita para linha de pobreza R$ 210 De R$ 178
Benefício básico Fixo de R$ 100 De R$ 89 
Parcelas variáveis Fixo de R$ 400 e Temporário de R$ 600 (5 meses) De R$ 178
Forma de cadastro CadÚnico CadÚnico

O teto do Bolsa Família permaneceu o mesmo durante anos. Se a quantia tivesse sido atualizada com base na inflação, o benefício chegaria a R$ 514,48. Ainda assim seria inferior aos atuais R$ 600 pagos pelo Governo Bolsonaro.

Por outro lado, considerando que o Auxílio Brasil de R$ 600 é uma medida temporária, o valor do Bolsa Família corrigido ultrapassaria a parcela fixada em R$ 400. No ano que vem, a projeção da lei orçamentária é de R$ 405, apesar das propostas do presidente de manter os R$ 600

Se for levado em consideração o término do governo Lula, o mesmo valor atualizado deveria ser R$ 357,04, com base nos dados de inflação de setembro de 2022.

Ainda que o montante disponível seja inferior ao pago atualmente pelo Auxílio Brasil para a maioria de seus beneficiários, é incorreto dizer que Bolsonaro “triplicou” a média do que era pago no Bolsa Família.

Como funcionam o Auxílio Brasil x Bolsa Família?

Auxílio Brasil

O Auxílio Brasil foi criado em novembro de 2021 pelo governo Bolsonaro, com o propósito de acabar com qualquer vestígio petista, conforme mencionado pelo próprio presidente. Desta forma, o programa tomou o lugar do popular Bolsa Família, que atendia milhares de famílias há 18 anos

O propósito é o mesmo, amparar famílias brasileiras em situação de vulnerabilidade social. Desta forma, o programa é uma junção de vários benefícios secundários com o propósito de possibilitar a ampliação do crédito aos beneficiários. Veja alguns:

Os beneficiários atuais e aqueles que queiram ser inseridos na transferência de renda precisam estar com as informações cadastrais no sistema do Cadastro Único (CadÚnico), devidamente atualizadas.  Além disso, precisam se enquadrar nas linhas de: 

Estando de acordo com esses critérios básicos, existem três maneiras de ser incluído no Auxílio Brasil. São elas:

  1. Se já tinha o Bolsa Família: Auxílio Brasil será pago automaticamente;
  2. Se está no CadÚnico, mas não recebia o Bolsa Família: vai para a lista de reserva;
  3. Se não está no CadÚnico, é preciso buscar um Cras para registro, sem garantia de receber.

É extremamente importante lembrar que a família deve ser composta por algum desses componentes:

CARTÃO DO AUXÍLIO BRASIL: VEJA COMO USAR E PARA QUE ELE SERVE!

Bolsa Família

O Auxílio Brasil está prestes a completar um ano desde o lançamento. O programa chegou para substituir a antiga transferência de renda, liberada pelo tradicional Bolsa Família, criado no governo Lula e instituído no ano de 2004

Desde o princípio, o ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, se posicionou contrário ao substituto do Bolsa Família. Por isso, como candidato às eleições de 2022, se eleito, ele promete retomar o programa em 2023 com direito a novidades. 

O tradicional Bolsa Família foi extinto após 18 anos em vigor, amparando milhares de famílias brasileiras em situação de vulnerabilidade social. Embora a oferta fosse mínima e não passasse pelo reajuste inflacionário há anos, ainda assim foi uma forma de assegurar alguma comida na mesa dessas pessoas. 

O programa destinava um recurso mensal no valor médio de R$ 189 para famílias caracterizadas nas linhas de pobreza e extrema pobreza, com uma renda mensal per capita entre R$ 89 e R$ 178, respectivamente. Mas para receber a cota máxima do programa, o grupo familiar deveria ser composto por gestantes, crianças ou adolescentes de até 17 anos de idade.

Enquanto isso, também existiam alguns outros benefícios complementares que aumentavam o valor mensal do Bolsa Família a depender da composição familiar, se limitando a cinco pessoas por família. Eram eles:

Além disso, o Bolsa Família pagava um benefício complementar para auxiliar as famílias a superarem a condição de extrema pobreza. Este amparo era direcionado a grupos familiares com renda mensal per capita inferior a R$ 89, mesmo após receberem os benefícios complementares mencionados.

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.
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