Um golpe inusitado fez uma aposentada de 61 anos de vítima. A mulher entregou uma quantia de R$208,4 mil para um golpista que se passava pelo ator Johnny Depp. A vítima, que mora em Osasco, São Paulo, começou a conversar com o falso perfil do ator no Instagram em outubro de 2020.
A mulher relatou à Justiça que no início, as conversas eram sobre “assuntos do cotidiano”. No entanto, após um tempo, o golpista começou a contar “uma história triste de que precisava de dinheiro para o pagamento de condenações em processos nos quais ele estava envolvido”.
Em 2020, a celebridade estava envolvido em uma batalha judicial contra sua ex-esposa e também atriz, Amber Heard. Ela acusava Depp de violência doméstica. Em junho de 2022, a Justiça deu um parecer favorável ao ator.
“Junto com a história triste de não ter dinheiro para pagar as referidas taxas, teve início um ‘romance’ onde começaram as promessas do golpista de levar a autora do processo para morar com ele”, disse a advogada da mulher à Justiça.
“A pandemia contribuiu para que ela acreditasse em toda mentira contada pelo golpista, haja vista o abalo emocional vivenciado. Ela só procurava uma saída ou mudança de vida.”
A vítima relatou ainda ter vendido o carro e uma casa para dar dinheiro ao golpista que se passava por Johnny Depp. Os depósitos foram realizados no Banco do Brasil em uma conta que o golpista afirmou ser do “amigo brasileiro de seu advogado”.
Segundo o processo, os depósitos efetuados aconteceram nos dias 30 de novembro de 2020 (R$ 15 mil), 1º de dezembro de 2020 (R$ 40,4 mil) e 7 de dezembro de 2020 (R$ 153 mil).
O golpe foi descoberto quando a filha da mulher perguntou ao falso Depp sobre os depósitos e descobriu que a mãe estava sendo enganada.
Segundo declarações da vítima, o BB tem responsabilidade pelo serviço prestado ao consumidor em fraudes cometidas por terceiros.
No entanto, o Banco do Brasil se defendeu no processo e alegou que a vítima “transferiu os valores por livre e espontânea vontade”, não tendo interferido nas operações.
A acusação contra o banco foi rejeitada pela juíza Clarissa Alves, mas a vítima pode recorrer.