O presidente Jair Bolsonaro (PL) conquistou o segundo lugar na disputa para reeleição no primeiro turno das eleições 2022, ficando atrás de Lula (PT) por uma diferença de 5%. Agora uma nova fase de campanha tem início, e a equipe bolsonarista começa a lançar as promessas e os anseios para a economia caso vençam o segundo turno no dia 30 de outubro.
Alguns fatores, como a pandemia de Covid-19, influenciaram fortemente no cenário econômico do Brasil. Caso Jair Bolsonaro permaneça ocupando o lugar de Chefe da União a partir de 2023, terá que lidar com inflação acima da meta, alto índice de desemprego, além da necessidade de algumas reformas. Por isso, deve traçar um plano bem elaborado para investir no país.
Durante seu discurso após a apuração dos votos na noite do dia 2 de outubro, o presidente admitiu que a inflação e o aumento do preço dos produtos pode ter influenciado para que ele não tenha sido eleito logo no primeiro turno. Disse que a população pode estar em busca de mudanças, “mas tem certas mudanças que podem vir para pior”.
O presidente Bolsonaro conseguiu mais votos em estados do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e no Distrito Federal. Mas como aconteceu nas eleições de 2018, acabou perdendo forças nos estados do Nordeste, em que Lula e o PT são muito fortes. Justamente os estados que possuem a população mais pobre, e que detém de 47% do público alvo do Auxílio Brasil.
Propostas de Bolsonaro para economia em 2023
Entendendo que nos próximos dias será preciso um trabalho duro para ganhar a parte da população que votou em outros candidatos, Bolsonaro se mostra confiante. Mas, admite que as questões econômicas podem pesar, por isso voltou a justificar que o cenário desfavorável foi movido pela crise da pandemia.
“Temos um segundo turno pela frente onde tudo passa a ser igual, o tempo [de propaganda] para cada lado passa a ser igual. E vamos agora mostrar melhor para a população brasileira, em especial a classe mais afetada, que é consequência da política do ‘fica em casa, a economia a gente vê depois’, de uma guerra lá fora, de uma crise ideológica também“, disse Bolsonaro.
Analisando o plano de governo do presidente Jair Bolsonaro, foram trazidas propostas como:
- Prosseguir com desestatizações e concessões de empresas públicas, “para focalizar a participação do Estado em atividades essenciais e na promoção do desenvolvimento econômico”;
- Avançar em uma reforma tributária com simplificação da cobrança de impostos, redução da carga tributária e a progressividade;
- Manter as iniciativas de redução de impostos de importação, sobre produtos industrializados e sobre a circulação de mercadorias e serviços (ICMS);
- Reduzir a tributação de empresas nacionais;
- Isentar os trabalhadores que recebam até cinco salários mínimos do pagamento do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF);
- Garantir a “estabilidade econômica e a sustentabilidade da trajetória da dívida pública através da consolidação do ajuste fiscal no médio e longo prazo que reduza a relação entre a dívida pública e o PIB”;
- Desindexar, desvincular e desobrigar despesas orçamentárias;
- Substituir ao máximo recursos fósseis e não-renováveis;
- ncorporar “novas tecnologias biológicas, digitais e portadoras de inovação, permitindo o crescimento vertical do setor em consonância com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”;
- Intensificar ações de promoção da competitividade e transformação do agronegócio, por meio do desenvolvimento e da incorporação de novas tecnologias biológicas, digitais e portadoras de inovação;
- Manter a reforma trabalhista de 2017 e aprofundá-la;
- Combater “abusos empresariais e de sindicatos” que, segundo o plano de governo, “não podem ter a capacidade de agir como monopólios”;
- Criar novo Sistema Nacional de Emprego, que permitirá ao trabalhador receber ofertas de trabalho de maneira digital;
- Avançar em políticas para reduzir a informalidade no mercado de trabalho;
- Promover a “igualdade de salários entre homens e mulheres que desempenham a mesma ocupação laboral”.