O Auxílio Brasil pode ser decisivo na escolha do próximo presidente da República. Em segundo turno, que acontece no dia 30 de outubro, os eleitores devem votar novamente pelo futuro do Brasil. Agora, a disputa segue acirrada entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro.
Prestes a completar um ano de vigência após ser lançado em novembro de 2021, o Auxílio Brasil foi criado para substituir o tradicional Bolsa Família e “acabar com qualquer vestígio petista”, conforme evidenciado pelo atual presidente, Jair Bolsonaro. Inclusive, o chefe do Executivo Federal, se empenhou durante os últimos meses, na ampliação da folha de pagamento do programa.
O benefício que começou pagando a média de R$ 217,18 para 14,6 milhões de beneficiários, hoje atende 20,65 milhões de famílias com parcelas de R$ 600. Embora o valor atual seja temporária, ele se consolidou como a grande aposta do Governo Bolsonaro na conquista de apoio entre a população vulnerável, acreditando que fosse o bastante para reelegê-lo.
Um exemplo da aposta fracassada de Bolsonaro na tentativa de melhorar os índices de popularidade às vésperas das eleições 2022 com o Auxílio Brasil é o percentual de votos. Bolsonaro teve apenas 43,2% da aprovação, ficando atrás de Lula com 48,4%.
Influência do Auxílio Brasil nas eleições 2022
As estatísticas mostram um vínculo significativo entre os números do Auxílio Brasil e das urnas. Apesar da impossibilidade de afirmar a relação de causa e consequência, demais variáveis têm influência paralela. Por exemplo, o tamanho da cidade e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Conforme apurado na noite deste domingo, Bolsonaro recebeu 24% dos votos nas cidades mais pobres do Brasil. Enquanto isso, a aprovação de Lula nas mesmas localidades foi de 71%, considerando aquelas proporcionalmente mais atendidas pelo Auxílio Brasil. Ou seja, três quartos ou mais das famílias inscritas no programa.
Considerando os municípios menos beneficiados, com até um quarto das famílias, Bolsonaro teve melhor desempenho, com a média de 51% dos votos contra 39% para o petista.
O padrão se repete em várias regiões do país. Mesmo no Sul e no Sudeste, onde saiu vitorioso em todos os estados há quatro anos, Bolsonaro teve votações menos expressivas nas áreas mais pobres.
No Rio Grande do Sul, Bolsonaro obteve 32% dos votos nas cidades mais beneficiadas pelo programa social e 50% naquelas menos atendidas. Lula ficou com 62% e 41%, respectivamente, também considerando os recortes com até um quarto das famílias ou mais de três quartos das famílias inscritas.
Em Pernambuco, o candidato à reeleição ficou com 24% dos votos nos municípios mais atendidos pelo Auxílio Brasil, e 41% naqueles proporcionalmente menos dependentes. O petista, por sua vez, obteve 72% e 52%, respectivamente