Os altos preços pagos pela população brasileira revelaram dados alarmantes sobre o acúmulo de dívidas no Brasil. De acordo com o Banco Central, o número de endividados no país bateu novo recorde em julho deste ano.
Mais da metade das famílias brasileiras tem alguma dívida contraída nos últimos meses. O novo recorde batido pela população soma 53,1% de endividados, e é o maior patamar alcançado desde 2005.
O alto número vem sido batido de forma recorrente nos últimos meses. O aumento da inflação, as condições da economia e as taxas de juros sempre crescentes são alguns dos principais fatores que contribuem com essa dificuldade em pagar as contas.
A falta de uma educação financeira disponibilizada para a população de uma maneira geral também contribui para que esse número cresça. As facilidades de acesso a cartões de crédito e financiamentos dão uma impressão falsa de que o dinheiro está disponível para gastos além do básico.
Principais gastos dos endividados no país
Essa quantidade bastante alta da parcela da população que contraiu dívidas é resultante de uma série de fatores econômicos e sociais. O poder de compra do salário tem diminuído constantemente, e a necessidade da aquisição de alguns itens básicos soma novos endividados. Essas e outras questões agrupam mais da metade da população em situação de dívida.
Se for descontado o percentual de quem tem alguma dívida referente a algum tipo de financiamento de imóvel, o número cai um pouco. Restam 33,64% dos endividados gerais, porém, o número ainda é considerado bastante alto.
No mesmo período do ano passado, essa parcela era de 29,64%. Isso demonstra que a taxa de endividamento da população brasileira vem subindo de forma constante nos últimos anos.
O comprometimento da renda no pagamento de dívidas contraídas com instituições financeiras também teve um aumento considerável. O orçamento, que já está apertado para o pagamento das contas essenciais, como alimentação e moradia, teve uma porcentagem retida para esse tipo de gasto.
No mês de julho, essa porcentagem chegou a 28,6% da renda dos endividados, de acordo com o Banco Central. Esse número é mais um recorde quebrado desde o início da contagem em 2005. Isso significa que as famílias têm que gastar quase 1/4 do que recebem mensalmente para pagar suas dívidas com instituições financeiras.