Selic mantida: vale a pena investir em IMÓVEIS neste momento?

O cenário atual do setor imobiliário está favorável com a Caixa Econômica, após o banco ter injetado R$90,46 bilhões em créditos no primeiro semestre deste ano, um crescimento de 17,16% em comparação com o mesmo período do ano passado. Paralelo a isso, também deve se considerar o aumento de subsídios e corte de juros no programa Casa Verde e Amarela e o prolongamento do financiamento para até 35 anos. Com isso, este é um bom momento para investir em imóveis?

De acordo com especialistas procurados pelo portal E-Investidor, os investimentos no setor imobiliário competem com a atratividade da renda fixa. Por conta da taxa Selic que foi mantida em 13,75% ao ano, diversos investidores preferem deixar o dinheiro aplicado para crescer seus ganhos.

Marcelo Michalua, sócio-diretor da RB Capital, disse que a renda fixa está mais atrativa por conta do pequeno nível de risco em comparação com os imóveis “que tem suas variáveis intrínsecas de risco, como falta de demanda para aluguel, gastos para adequação, taxas e impostos imobiliárias, entre outros”, disse ele ao E-Investidor.

Ele, porém, disse que a projeção de queda na curva de juros em 2023 pode valorizar o setor imobiliário. Marcelo diz ainda que a característica dos investimentos imobiliários é de ser um investimento a longo prazo, que “está sujeito a ciclos que acompanham a flutuação da taxa de juros ao longo do tempo”.

Já na visão de Wellington Lourenço, analista da Ágora Investimentos, o mercado imobiliário é cíclico e também diz que é preciso ter cautela. Ele orienta que os investidores precisam analisar alguns pontos antes de adquirir um imóvel como “liquidez, localização e outras questões micro que não se resumem exclusivamente ao custo do dinheiro”. Fora isso, é importante alinhar a estratégia ao próprio perfil de risco.

“O mercado oferece oportunidades de investir em imóveis de maneira diversificada, como os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs), visando pulverizar o risco em não somente um ativo”, disse Lourenço ao E-Investidor.

Por fim, neste cenário de juros altos, os especialistas orientam os investidores a terem cautela no momento de decidir qual será a modalidade de financiamento do imóvel, isto é, evitar contratos atrelados à Selic ou ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.