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Guedes questiona FOME no país ao justificar novo valor pago pelo AUXÍLIO BRASIL
Lila Cunha em 25 de setembro de 2022, às 12:00
Durante o evento da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) que aconteceu em São Paulo na quarta-feira (21), o ministro da Economia, Paulo Guedes, discursou. No seu pronunciamento, ele disse que “é impossível” que o Brasil tenha 33 milhões de pessoas passando fome, porque segundo o ministro, com o Auxílio Brasil os mais pobres recebem 1,5% do PIB nacional.
Ao questionar os dados sobre a fome no país, Guedes rebate as informações compartilhadas pelo 2° Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. A pesquisa foi realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), e divulgada em junho deste ano. Na época o Auxílio Brasil pagava o mínimo de R$ 400, e a partir de agosto passou a repassar R$ 600.
“É impossível ter 33 milhões de pessoas passando fome. Por mais que tenha havido inflação, não foi três vezes mais. O poder de compra está mais do que preservado por essa nova transferência de renda“, disse Guedes mais uma vez durante sua fala.
No mesmo discurso, o ministro relaciona a liberação do programa de transferência de renda com a diminuição da fome no Brasil. Informando que 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país foi liberado justamente para a população mais vulnerável.
“33 milhões de pessoas passando fome é mentira. Nós estamos transferindo para os mais pobres, com o Auxílio Brasil, 1,5% do PIB, três vezes mais do que recebiam antes”, declarou o ministro.
Essa não é a primeira vez que um integrante do governo de Jair Bolsonaro (PL) nega que os brasileiros estejam passando fome. Em agosto, o próprio presidente da República afirmou em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, que a população não tem visto outros “pedindo pão” na porta da padaria. Minimizando a fome dos mais pobres.
Brasileiros estão mesmo passando fome?
Ao contrário do que Guedes e Bolsonaro afirmaram, a pesquisa da PENSSAN realizada em junho mostrou que mais da metade das famílias pesquisas, 58,7%, vivem com risco de não ter nenhum alimento em casa. De novembro de 2021 a abril de 2022 foram entrevistados 12.745 domicílios, em áreas urbanas e rurais de 577 municípios, distribuídos nos 26 estados e no Distrito Federal.
Enquanto isso, uma outra pesquisa, dessa vez feita pela Datafolha em julho, mostrou que um em cada três brasileiros afirmava que a quantidade de comida em casa nos últimos meses não foi suficiente para a sua família. Por fim, no mesmo mês um relatório das Nações Unidas mostrou que no Brasil 61,3 milhões vivem com algum tipo de insegurança alimentar.