Desde o começo deste ano, os brasileiros já pagaram R$ 2 trilhões em impostos aos governos federal, estaduais e municipais. A marca foi registrada nesta quarta-feira (2) às 14h04, de acordo com o Impostômetro, calculado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
No ano passado, a marca de R$ 2 trilhões em impostos pagos pelos brasileiros tinha sido atingida somente em 13 de outubro. Já no ano imediatamente anterior, o valor foi pago apenas em dezembro.
Para realizar o cálculo, são considerados os impostos, taxas e contribuições — incluindo juros, multas e correções monetárias. O Impostômetro foi criado em 2005.
No Centro Histórico de São Paulo, anexo ao edifício sede da ACSP, é possível encontrar o painel físico do Impostômetro.
Fatores que impulsionaram o maior pagamento em impostos pelos brasileiros
Em nota, o economista da ACSP, Marcel Solimeo, afirma que a antecipação da marca de R$ 2 trilhões em impostos pagos tem relação com o aumento dos preços e a melhora do nível de atividade econômica nos últimos doze meses.
Conforme Solimeo, ao observar a receita tributária total nos últimos 12 meses, observa-se que ela acompanha o comportamento da inflação.
No acumulado dos últimos 12 meses até agosto, a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou alta de 8,73%.
“Nesse período, a arrecadação dos estados e municípios cresceu mais do que a da União porque seus impostos, ICMS e ISS, estão ligados ao fator consumo”, explica o especialista.
Apesar da situação atual, no entendimento do economista, o recente corte de imposto sobre combustíveis e energia elétrica — que impactou a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) — causará uma desaceleração do ritmo de arrecadação em impostos até o fim deste ano.
Em julho deste ano, o presidente Jair Bolsonaro sancionou um projeto que limita o imposto ICMS cobrado sobre diversos itens. Por conta isso, os estados não podem cobrar uma taxa acima da alíquota geral do imposto. A depender do estado, ela varia entre 17% e 18%.
Vale destacar que o ICMS é um imposto que faz parte de grande parte dos produtos vendidos no Brasil. Com isso, a cobrança é responsável por uma fatia considerável dos valores arrecadados pelos estados.