Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como Faraó do Bitcoin e que foi preso por conta de um esquema fraudulento com criptomoedas em 2021, tentou se candidatar a deputado federal pelo partido Democracia Cristã, mas seu pedido foi indeferido pela Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro.
De acordo com a Agência Brasil, a candidatura de Glaidson que já foi empresário, proprietário da GAS Consultoria e Tecnologia, e que continua preso por administrar um sistema de pirâmides financeiras com moedas digitais, foi impugnada de forma unanime pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ), sob a alegação de que ele é dirigente de um estabelecimento financeiro objeto de processo de liquidação.
O desembargador Luiz Paulo da Silva Araújo Filho, relator do processo, destacou que o ex-empresário é acusado de crimes federais, inclusive ligações com a milícia.
Segundo uma reportagem do jornal O Globo, o Faraó do Bitcoin é alvo também da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). O processo leva o caso que vinha sendo investigado somente no âmbito criminal para a esfera administrativa e que de acordo com os cálculos do Ministério Público Federal (MPF), movimentou cerca de R$ 38 bilhões, com milhares de vítimas do esquema de pirâmide.
Ainda de acordo com a reportagem, este processo da CVM poderá determinar importantes precedentes para a atuação da autarquia no mercado cripto.
Quando o esquema envolvendo a Gas explodiu em 2019, a CVM chegou a investigar denúncias contra Glaidson, mas ela chegou a conclusão de que mesmo que os indícios sinalizassem uma pirâmide financeira, o esquema não envolvia valores mobiliários, não se encaixando no mercado de capitais regulado.
Mas agora, a área técnica da Comissão alterou sua interpretação, com base nos documentos que causaram a prisão de Santos e o fechamento de sua empresa, comprovando que os investidores foram prejudicados.