- Ainda neste mês, o empréstimo consignado do Auxílio Brasil deve ser liberado aos beneficiários. Apesar dessa nova opção, a modalidade de crédito vem sendo criticada pelo grande risco de endividamento das famílias. Diante disso, o governo vem considerando criar um teto de juros, segundo apurado pelo Globo.
Ainda neste mês, o empréstimo consignado do Auxílio Brasil deve ser liberado aos beneficiários. Apesar dessa nova opção, a modalidade de crédito vem sendo criticada pelo grande risco de endividamento das famílias. Diante disso, o governo vem considerando criar um teto de juros, segundo apurado pelo Globo.
Em meio à falta de teto de juros, muitos bancos chegaram a indicar que não vão oferecer o empréstimo consignado do Auxílio Brasil. O argumento das instituições é que os beneficiários do Auxílio Brasil são vulneráveis. Sendo assim, existe um risco maior de inadimplência por estas pessoas.
Diante dessas críticas, o Globo apurou que o Ministério da Economia realizou uma consulta ao Banco Central para — verificar se a instituição tem prerrogativa para definir um limite de juros nessa opção de empréstimo.
Conforme técnicos do Ministério, se o Banco Central autorizar o estabelecimento de um teto, o objetivo seria de utilizar o teto dos juros do crédito consignado usado para aposentados e pensionistas do Instituto Brasileiro do Seguro Social (INSS), de 2,14% ao mês.
Recentemente, o ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, alegou que o empréstimo consignado do Auxílio Brasil deve ser liberado neste mês. Apesar disso, ainda não existe uma data oficial para a disponibilização da modalidade de crédito.
Para que o empréstimo consignado do Auxílio Brasil passe a ser disponibilizado, o Ministério deve publicar uma portaria. Neste documento, devem ser indicados os detalhes da concessão e cobrança da modalidade.
Funcionamento do empréstimo consignado do Auxílio Brasil
Conforme previsto em lei, os beneficiários do Auxílio Brasil podem solicitar empréstimo consignado de até 40% do valor do repasse permanente do benefício.
Ainda vale destacar que os benefícios complementares do Auxílio Brasil (Como o Auxílio Gás e Bolsa Atleta) não fazem parte do cálculo do valor para solicitar os empréstimos.
Anteriormente, a disponibilização do empréstimo consignado estava disponível somente aos servidores públicos, aposentados e pensionistas do INSS, e também assalariados do setor privado.
Geralmente, essa modalidade de crédito possui menores juros, já que existe menor risco de inadimplência. Isso porque os valores das parcelas são descontados diretamente na fonte pagadora.
Com relação ao Auxílio Brasil, os valores serão retidos pelo Ministério da Cidadania — e repassados aos bancos que ofereceram o empréstimo ao beneficiário.
Poucos bancos demonstraram interesse no empréstimo consignado do Auxílio Brasil
Atualmente, poucos bancos chegaram a demonstrar interesse pelo empréstimo consignado do Auxílio Brasil.
Estas instituições, que já abriram pré-cadastros aos beneficiários interessados, apontaram juros de até 80% ao ano. Ou seja, a cobrança está mais do que o dobro acima do cobrado a aposentados, pensionistas e servidores.
Entre os grandes bancos do país, somente a Caixa Econômica Federal indicou que deve oferecer a modalidade de crédito.
Ao Valor, o vice-presidente de Finanças e Controladoria da Caixa, Rafael Morais, comentou que a instituição oferecerá o empréstimo aos beneficiários do Auxílio Brasil. Cabe ressaltar que esses cidadãos já são clientes do banco. O executivo também revelou que a opção terá as menores taxas do mercado.
Por outro lado, o Santander, Bradesco e Itaú já informaram que não dever oferecer a opção aos respectivos clientes. Já o Banco do Brasil ainda possui dúvidas sobre a oferta.
Alguns dias atrás, os presidentes do Itaú e Bradesco argumentaram que o consignado do Auxílio Brasil não é mais adequado ao público-alvo — que possui vulnerabilidade.
O presidente do Bradesco, Octávio de Lazari Jr., além de citar os juros altos, também comentou que se trata de uma operação em que os beneficiários terão os valores por um tempo definido.
O executivo alega que, quando acabar o benefício, os cidadãos terão mais dificuldade.
Já o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, afirma que a instituição vem realizando uma análise sobre como a modalidade de empréstimo será implementada. O executivo alega que “será uma decisão técnica”.
Ribeiro declara que o governo não chegou a solicitar para que o banco oferecesse a opção aos clientes.