No segundo trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,2% em relação aos três meses imediatamente anteriores. Em valores correntes, o a economia brasileira chegou a R$ 2,404 trilhões. Os números foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (1º).
O PIB do Brasil no segundo trimestre veio acima do esperado pelo mercado. Conforme a mediana de 75 previsões colhidas pelo Valor, a expectativa era que o crescimento da economia brasileira fosse de 0,9% no período.
Pela quarta vez consecutiva, o PIB brasileiro registrou alta. A última redução do indicador havia ocorrido no segundo trimestre do ano passado, de 0,3%.
No acumulado do primeiro semestre deste ano, a economia cresceu 2,5%. Diante disso, a atividade econômica local está 3,0% acima do nível pré-pandemia de coronavírus, registrado no quarto trimestre de 2019.
Além disso, o PIB do Brasil entre abril e junho chegou ao segundo patamar mais alto da série histórica do IBGE — atrás somente do obtido no primeiro trimestre de 2014.
O PIB representa a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil. Os dados fazem parte do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais.
Setor que influenciou o crescimento da economia
No segundo trimestre, a elevação da economia foi influenciada pelo aumento de 1,3% do setor de serviços. A coordenadora de contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, explica que os serviços pesam em 70% da economia. Por conta disso, o setor possui um impacto maior no resultado trimestral.
“Dentro dos serviços, outras atividades de serviços (3,3%), transportes (3,0%) e informação e comunicação (2,9%) avançaram e puxaram essa alta. Em outras atividades de serviços, estão os serviços presenciais, que estavam represados durante a pandemia, como os restaurantes e hotéis, por exemplo”, completa.
Já no setor da indústria, o aumento foi de 2,2%. Esta foi a segunda alta consecutiva do setor — após a redução de 0,9% no quarto trimestre de 2021.
O crescimento da indústria foi puxado pelos desempenhos positivos na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (3,1%); na construção (2,7%); nas indústrias extrativas (2,2%); e nas indústrias de transformação (1,7%).
A agropecuária registrou alta de 0,5% no segundo trimestre — após ter caído 0,9% nos três meses imediatamente anteriores.
Segundo Palis, “esse setor é muito ligado à sazonalidade. No semestre, a agropecuária vem caindo, puxada pela retração na produção da soja, que é a nossa maior lavoura”.