Intensamente bombardeado e culpado pelo encarecimento dos combustíveis, Bolsonaro volta a prometer uma das gasolinas mais baratas do mundo. A promessa do presidente da República é respaldada na mais nova redução no preço deste combustível nas refinarias por iniciativa da Petrobras.
O barateamento das gasolinas comercializadas pelo país foi anunciado pela Petrobras na última segunda-feira, (15). Desta terça-feira, (16), em diante, o preço médio de venda do combustível foi reduzido em R$ 0,18, passando de R$ 3,71 para R$ 3,53 o litro. Após longos meses sem nenhuma alteração, esta já é a terceira queda nas últimas semanas.
“Brevemente, teremos uma das ‘gasolinas‘ mais baratas do mundo”, afirmou Bolsonaro na conta dele no Twitter.
Há 18 dias atrás, a estatal reduziu em R$ 0,15 o preço do litro das gasolinas para as distribuidoras. Na última semana, o ajuste foi ainda maior, de R$ 0,22, mas no preço do litro do diesel nas refinarias. Na semana anterior, a queda foi de R$ 0,20. Estes foram os três reajustes nos valores dos combustíveis no prazo de um mês.
Portanto, embora a fala de Bolsonaro atribua a responsabilidade pelo barateamento no preço das gasolinas para si, o feito é integralmente da Petrobras ao amortizar os preços de distribuição para as refinarias e, por consequência, para o consumidor final.
Na oportunidade, a estatal justificou que as medidas visam acompanhar a evolução dos preços de referências, em resumo, as cotações do mercado internacional. Destacando que, o barateamento das gasolinas e outros combustíveis é uma das principais promessas de campanha de Bolsonaro, visando a reeleição em 2022.
Impacto do barateamento das gasolinas
Embora o preço das gasolinas tenha sido reduzido de R$ 3,71 para R$ 3,53 o litro nas refinarias, o repasse não será igualitário para o consumidor final. Isso porque, o preço aplicado pelos postos de combustíveis nas bombas, consideram fatores distintos na cobrança, como impostos e o lucro das distribuidoras.
A queda evidencia um cenário negativo já previsto por analistas que estimam qual será o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de agosto. O medidor apura a inflação oficial do país. Pontuando que, em julho, a gasolina foi uma das principais responsáveis por empurrar o índice para um patamar inferior.
A Petrobras alegou buscar “o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.
Por exemplo, o barril de petróleo tipo Brent, usado como referência no mercado internacional, era inicialmente cotado a US$ 93,98 até às 12h40 de segunda-feira, (15), após uma queda de 4,25% considerando a entrega para outubro.
Desta forma, há um recuo na cotação tendo em vista a ruptura dos dados sobre a economia chinesa, levando o país a cortar a taxa de juros para fomentar a economia.
Variações nos preços da gasolina
A seguir, veja as últimas variações nos preços da gasolina nas refinarias a partir das datas em que os reajustes começaram a vigorar:
- 12/01/2022: R$ 3,25;
- 11/03/2022: R$ 3,86;
- 18/06/2022: R$ 4,06;
- 20/07/2022: R$ 3,86;
- 29/07/2022: R$ 3,71.