Nesta segunda-feira (8), em um encontro do presidente Jair Bolsonaro (PL) com banqueiros na sede da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em São Paulo, o chefe da União fez um apelo. Ele solicitou que as instituições diminuam a margem do crédito consignado para inscritos no Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Depois de deputados e senadores concordarem, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a medida que estabelece o empréstimo consignado para beneficiados do BPC e do Auxílio Brasil. Nos dois casos a margem de crédito é de 40% do salário que é recebido pelas famílias.
Embora o crédito pareça interessante, considerando que se tratam de pessoas vulneráveis, as instituições bancárias têm demonstrado total desinteresse em oferecer esse produto. De acordo com os grandes bancos, eles estão preocupados com a possibilidade de aumento do endividamento da população mais pobre.
A legislação que garantiu este crédito não estabeleceu qual taxa de juros deve ser cobrada pela operação. Em seu pronunciamento aos bancários, o presidente pediu para que fossem aplicadas menores taxas para esses clientes.
“Faço apelo para vocês agora, vai entrar pessoal do BPC no consignado. Isso é garantia, desconto em folha. Se puderem reduzir o máximo possível”, pediu o presidente no evento.
A liberação do empréstimo faz parte de um pacote de “bondades” autorizadas por Bolsonaro a fim de conseguir a reeleição. Além do consignado, inscritos no Auxílio Brasil contarão com adicional de R$ 200 no seu salário até o final de 2022. Acredita-se que os investimentos em benefícios sociais são uma boa chance de subir as intenções de voto no presidente.
Por que os bancos não querem oferecer consignado do Auxílio Brasil e BPC?
Na última semana, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, afirmou que a instituição não tem interesse em oferecer esse tipo de crédito. A justificativa é de que este é um pagamento temporário e não vitalício, o que pode gerar mais despesas do que benefícios.
Além disso, Lazari afirma que o crédito consignado tem o poder de aumentar o endividamento das famílias brasileiras que são mais vulneráveis. Esta também foi a justificativa do presidente do Itaú, Milton Maluhy, ao mostrar desinteresse em ofertar o consignado.