Além dos bancos, você também pode buscar empréstimo consignado NESTAS instituições

Na última semana, no dia 4, o Diário Oficial da União trouxe uma nova Medida Provisória envolvendo o crédito consignado, com alterações dos limites e inclusão da linha de crédito para os beneficiários do Auxílio Brasil.

Uma das principais relações do mercado financeiro é a do Risco x Retorno. Tanto para investimentos quanto para o crédito, quanto menor o risco envolvido, menor o retorno esperado, enquanto para maiores riscos, aumenta-se o retorno esperado. 

As instituições financeiras que oferecem os empréstimos e financiamentos concentram a sua principal análise de risco no chamado Risco de Crédito. É avaliada a probabilidade do calote por parte de quem está tomando empréstimo. Assim, quanto maior o risco percebido, a instituição financeira cobra juros mais altos, e vice e versa.

É por conta disso que, quando você solicita um empréstimo, a primeira coisa que a instituição financeira faz é consultar o seu CPF/CNPJ para avaliar o seu score. Nessa análise de risco, considera-se o histórico do tomador, sua renda e também as possíveis garantias envolvidas, pois, quando elas existem, reduz-se o risco da operação.

O que é o Empréstimo Consignado?

As linhas de crédito tradicionais, como por exemplo o famoso cheque especial, o empréstimo pessoal e o rotativo do cartão de crédito  possuem maiores riscos, logo, costumam apresentar taxas de juros mais altas. Já operações como os financiamentos de imóveis e de automóveis, justamente pela existência destes bens atrelados, possuem juros mais baixos.

O crédito consignado é uma modalidade que possui um tipo de garantia diferente dos financiamentos, pois não se trata de um bem, mas sim alguma renda do indivíduo, como por exemplo o salário, a aposentadoria ou a pensão. O consignado é descontado diretamente no contracheque, holerite ou benefício do INSS, em outras palavras, a pessoa recebe o empréstimo e depois, na hora de pagar cada parcela, elas são descontadas automaticamente destas rendas.

Se por um lado há uma grande vantagem das taxas de juros serem melhores e possibilidade de prazos maiores para pagar, por outro lado, é preciso muito planejamento financeiro para que esta renda comprometida não afete os orçamentos futuros.

Há também a possibilidade da perda do emprego. Nestes casos, é muito importante renegociar a dívida com a credora.

Mudanças importantes no Empréstimo Consignado

Na nova Medida Provisória foram alteradas algumas condições do crédito consignado. Trata-se do aumento da margem consignada (limite da renda que pode ser comprometida). Veja  como ficou:

  • Funcionários CLT e servidores públicos: Podem comprometer o limite de até 40% da renda líquida, sendo 35% para empréstimos, financiamentos a arrendamentos mercantis e 5% para amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito consignado ou à utilização com a finalidade de saque por meio de cartão de crédito consignado.
  • Aposentados e Pensionistas do INSS: Não poderão ultrapassar o limite de 45% do valor dos benefícios. Desse total, 35% devem ser usados para empréstimos, financiamentos a arrendamentos mercantis, 5% para operações (de saques ou despesas) contraídas por meio de cartão de crédito consignado e 5% para gastos com o chamado cartão de benefícios.
  • Beneficiários do Auxílio Brasil: Terá limite de até 40% do valor recebido por meio do programa assistencial para pagar consignados, sendo 35% para empréstimos, financiamentos a arrendamentos mercantis e 5% para amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito consignado ou à utilização com a finalidade de saque por meio de cartão de crédito consignado.

Outra mudança está relacionada às novas dívidas nessa modalidade não podem ser feitas caso a soma das consignações e dos descontos  somem 70% da remuneração (o limite anterior era 35%).

Consignado além dos bancos

O crédito consignado está disponível em diversas instituições financeiras. O mais comum é o indivíduo contratá-lo apenas no banco no qual tem conta, porém, as condições podem não ser as melhores.

Assim como qualquer outra modalidade de empréstimo, no consignado também é fundamental pesquisar e comparar as taxas de juros e condições oferecidas por diferentes instituições financeiras. Uma “simples” diferença de 0,10% ao mês na taxa de juros cobrado pode fazer muita diferença no final das contas.

O próprio site do Banco Central possui uma área com as taxas de juros médias atualizadas cobradas por diversas instituições financeiras. Sem fazer cadastro algum, já é possível conferir a diferença de taxas cobradas. 

E, além dos bancos tradicionais, o empréstimo consignado também é oferecido por diversas fintechs (soluções financeiras digitais), nos seguintes formatos:

  •  Sociedades de Crédito Direto: o empréstimo é oferecido pela própria instituição. Exemplo: Creditas, Banco Inter e Agi
  • Correspondentes bancários: as fintechs oferecem crédito de alguma (ou algumas) instituição financeira que ela representa.
  • Buscadores: você consegue simular o empréstimo em diversas instituições de maneira bem simples e rápida, como se fosse um “Buscapé de empréstimos”. Exemplos: FinanZero

Já no site da Fincatch você pode consultar a lista de todas as fintechs que oferecem crédito consignado.

A contratação de um empréstimo deve ser feita como a contratação de qualquer outro serviço, com a comparação das opções e a busca por aquela que possui as melhores condições. Planeje-se e busque os menores impactos para o seu bolso!

Victor Barboza
Meu nome é Victor Lavagnini Barboza, sou especialista em finanças e editor-chefe do FDR, responsável pelas áreas de finanças, investimentos, carreiras e negócios. Sou graduado em Gestão Financeira pela Estácio e possuo especializações em Gestão de Negócios pela USP/ESALQ, Investimentos pela UNIBTA e Ciências Comportamentais pela Unisinos. Atuo no mundo financeiro desde 2012, com passagens em empresas como Motriz, Tendere, Strategy Manager e Campinas Tech. Também possuo trabalho acadêmicos nas áreas de gestão e finanças pela Unicamp e pela USP. Ministro aulas, cursos e palestras e já produzi conteúdos para diversos canais, nas temáticas de finanças pessoais, investimentos, educação financeira, fintechs, negócios, empreendedorismo, psicologia econômica e franquias. Sou fundador da GFCriativa e co-fundador da Fincatch.