Nesta quarta-feira (3), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros, a Selic, para 13,75% ao ano. Com isso, o Brasil mantém liderança do ranking global de juros reais (descontada a inflação). O levantamento foi compilado pela MoneYou e Infinity Asset Management.
Como o novo aumento da Selic, os juros reais (descontada a inflação) do Brasil chegaram a 8,52% ao ano. No mês de junho, o patamar era de 8,10% ao ano. Atualmente, a taxa brasileira está mais do que o dobro acima do México, que ocupa a segunda posição do levantamento.
O cálculo dos juros reais ocorre a partir do desconto da taxa nominal — estabelecida pelo Comitê — pela estimativa de inflação para os próximos 12 meses.
Conforme o levantamento, que analisou 40 países, 12 nações contam com juros reais positivos. São estes:
- Brasil: 8,52%
- México: 4,20%
- Hungria: 3,50%
- Colômbia: 3,18%
- Indonésia: 2,20%
- Chile: 1,79%
- Filipinas: 1,36%
- África do Sul: 1,07%
- Hong Kong: 0,85%
- Índia: 0,66%
- Argentina: 0,57%
- Malásia: 0,33%
Brasil está entre os países com maiores juros nominais
Já ao considerar os juros nominais (sem desconto da inflação), o Brasil segue ocupando a terceira colocação, com a Selic em 13,75%. A maior taxa nominal no mundo é a da Argentina, com alta de 49% para 60% entre junho e agosto.
Outro país com grandes juros nominais é a Turquia, que está na segunda colocação, com uma taxa nominal de 14%. Em julho, o banco central desta nação não aumentou os juros. Sendo assim, caiu a diferença dos juros nominais entre Brasil e Turquia.
De acordo com a Infinity Asset, houve uma queda das pressões de inflação mundial, “perdendo força em parte das medidas, dadas as retomadas dos embarques industriais na China e relativa estabilidade da questão russo/ucraniana”.
A corretora ainda informa que “os programas de aperto quantitativo continuam lentos, e o movimento global de políticas de aperto monetário continuou a ganhar força, com o aumento expressivo no número de BCs sinalizando preocupação com a inflação, mesmo com a queda do preço de commodities”.
Aumento da Selic é bom para uns, e ruim para outros
No Brasil, a taxa básica de juros aumentou pela décima segunda vez consecutiva. Com esses reajustes, o banco central visa controlar a escalada da inflação — que está acima de dois dígitos no acumulado dos últimos 12 meses.
A taxa Selic funciona como uma base para outras taxas da economia. Por conta disso, os juros de empréstimos tendem a ficar mais caros.
Apesar disso, para quem deseja investir, os juros de diversos investimentos de renda fixa — atrelados à Selic — também devem oferecer retornos maiores.