O presidente da República e candidato às eleições de 2022, Jair Bolsonaro, fez uma declaração polêmica no início desta semana. Ele disse acreditar que pode ser preso caso não seja reeleito no pleito eleitoral que acontece em outubro.
Bolsonaro afirma ter certeza ser alvo de inquéritos cujo propósito é a prisão dele e, possivelmente dos filhos que também atuam no âmbito político. O presidente demonstrou medo na declaração, especialmente diante da dificuldade de se recuperar nas pesquisas eleitorais.
Os últimos resultados mostraram o rival e também candidato às eleições de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva, à frente nas pesquisas. Nos cenários observados, o ex-presidente vence o pleito eleitoral em primeiro e segundo turno, se houver.
Esta possibilidade deixa Bolsonaro cada vez mais inquieto e até transtornado, segundo interlocutores. Relatos apurados por colunista da Folha de S.Paulo, alegam que o presidente afirma que, se for decretada a prisão neste cenário hipotético, ele reagirá e não se entregará com facilidade.
Neste sentido, ele revive falas do discurso polêmico do último 7 de setembro, quando disse que deixará o Palácio do Planalto apenas se for “preso, morto ou com vitória”.
Ministros afirmam ter presenciado este mesmo posicionamento de Bolsonaro em outras ocasiões, apesar de que, nem sempre em tom de nervosismo, e sim uma mera constatação sobre suposta perseguição.
Pesquisa revela impopularidade de Bolsonaro
A impopularidade de Bolsonaro para as eleições de 2022 é intensa. Uma pesquisa realizada pela Xp/Ipespe, mostra a negatividade do governo atual entre os eleitores que o avaliam como “ruim” ou “péssima”.
A avaliação negativa de Bolsonaro abrange 49% do eleitorado brasileiro, enquanto a análise positiva caracterizada com “ótimo” ou “bom” abrange somente 32% dos brasileiros aptos a votarem nas eleições de 2022.
A grande aposta do governo Bolsonaro para se manter no poder após as eleições de 2022 está vinculada à Proposta de Emenda à Constituição – PEC dos Benefícios, promulgada pelo Congresso Nacional. A elaboração do texto foi motivada pela alta dos combustíveis, mas no decorrer dos trâmites passou a dar atenção para outras iniciativas.
A população em situação de vulnerabilidade sempre teve o apoio associado ao governo petista, razão pela qual Bolsonaro tem investido fortemente em políticas públicas sociais a este grupo. Já os caminhoneiros, desde o início foram fiéis apoiadores do atual presidente, embora tenham começado a mudar de opinião no decorrer dos últimos meses.