- Novo golpe envolvendo o CPF e falsos boletos apareceu na rede
- Saiba dicas de como se proteger
Recentemente, alguns usuários da rede social Twitter descobriram um novo golpe que envolve o CPF (Cadastro de Pessoas Físicas). De acordo com alguns relatos postados na rede social, criminosos estão emitindo boletos falsos e fazendo a cobrança aos usuários. Os criminosos afirmam que se o pagamento não for feito, o nome da vítima será negativado nos órgãos de proteção ao crédito, como o SPC e Serasa.
Uma das vítimas deste novo golpe foi a analista de projetos Julia Simoni. Ela percebeu que existia a cobrança de um boleto não reconhecido através da funcionalidade DDA (que revela os boletos que foram emitidos no CPF ou CNPJ do cliente) do aplicativo de seu banco, o Inter. Este boleto foi emitido pelos bandidos por meio do banco Itaú e tinha o valor de cerca de R$ 300. Depois, ela recebeu outra cobrança no valor de pouco mais de R$ 900.
Por conta disso e também do aumento da quantidade de golpes que envolvem o CPF, vamos entender melhor como identificar e se proteger de crimes como esse.
Golpe do falso boleto
De acordo com o que foi relatado por Julia e também por outros usuários do Twitter, no geral o golpe consiste na emissão de um falso boleto em nome do CPF de possíveis vítimas.
Após este ponto em comum, o golpe pode seguir por caminhos diferentes. Em alguns casos, o pagamento do boleto é cobrado através de email, mensagens no WhatsApp, e outros, para que a vítima se sinta pressionada a pagar o boleto. Algumas vítimas chegam até a receber ligações que oferecem falsas negociações da dívida.
O que fazer se isto acontecer comigo?
O relato de Julia só não se tornou algo pior pois ela entrou em contato com o banco Inter e com o Itaú ao perceber que se tratava de uma cobrança indevida. Como as duas instituições disseram que não poderiam tomar providências já que ela não tinha efetuado o pagamento, ela contatou com um advogado, para que pudesse se resguardar de qualquer dano futuros.
“Desde esse dia eu tenho feito um controle do CPF, baixei o aplicativo da Serasa e tenho acompanhado frequentemente se entrou alguma negativação. E como eu já tenho tudo encaminhado com um advogado, se negativar eu vou entrar com um processo”, disse ela ao iDinheiro.
De acordo com o advogado especialista em Direito das Novas Tecnologias pela Universidad Complutense de Madrid, mestre em Direitos Difusos e Coletivos pela Universidade Metropolitana de Santos e doutorando em Direito pela PUC-SP, Marco Antônio de Araújo Júnior, as pessoas precisam se atentar e contatar as autoridades caso perceba que um falso boleto foi emitido em seu nome.
“Se uma empresa emitir um boleto falso e essa emissão gerar algum dano (por exemplo, se for negativado ou protestado), o consumidor poderá pleitear uma indenização contra a empresa que emitiu o boleto. Orienta-se que seja registrada uma ocorrência policial”, disse ele ao iDinheiro.
Como se proteger de golpes envolvendo o CPF?
Além deste golpe envolvendo falsos boletos, é importante ficar ligado para se proteger de golpes que envolvem o CPF, especialmente diante dos vazamentos de dados pessoais que vem acontecendo na internet recentemente.
Oscar Zuccarelli, gerente de segurança da informação de CertiSign, explicou ao iDinheiro que 90% desses vazamentos se iniciam com um pishing.
“Este tipo de golpe ocorre quando um cibercriminoso tenta enganar uma pessoa para conseguir dela informações pessoais ou algum tipo de vantagem financeira. São muitas as formas que o Phishing pode ser realizado, como pelo envio de link e arquivos anexos falsos ou infectados, por meio de e-mail, SMS, redes sociais, entre outras ferramentas de comunicação, como o WhatsApp”, disse ele.
Este método é muito utilizado juntamente com estratégias que levam as vítimas a realizarem ações no impulso, ao criar situações emergenciais. Por conta disso, sempre fique atento aos sites em que insere seus dados e tome muito cuidado com mensagens que incluem links ou arquivos anexados.
Outra dica é desconfiar de propostas muito fora da realidade, pois podem ser armadilhas para conseguir mais dados pessoais ou para invadir equipamentos e sistemas.