Brasileiros são obrigados a MUDAREM seu café da manhã por conta deste motivo

Pontos-chave
  • O preço do café da manhã aumentou mais de 25% em 12 meses;
  • Essa alta ficou duas vezes maior do que a inflação geral no período;
  • Consumidores e padarias estão precisando se adaptar à inflação.

A inflação tem sido uma das grandes dificuldades dos brasileiros nos últimos meses. O aumento dos preços pode ser observado logo na primeira refeição do dia. O custo do café da manhã, inclusive, está acima da inflação geral aos consumidores.

Brasileiros são obrigados a MUDAREM seu café da manhã por conta deste motivo
Brasileiros são obrigados a MUDAREM seu café da manhã por conta deste motivo

No acumulado em 12 meses até junho deste ano, o custo do café da manhã aumentou 26,15%. Já a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) elevou 11,89% no período, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O cálculo levou em conta um café da manhã completo. Conforme coletado pelo analista de inflação do FGV Ibre, Andre Braz, e divulgado pelo R7, estas foram as variações de preços entre julho de 2021 e junho de 2022:

  • Café moído: 61,83%
  • Leite em pó: 37,61%
  • Leite longa vida: 26,15%
  • Café solúvel: 22,12%
  • Pão de forma: 21,72%
  • Iogurte e bebidas lácteas: 20,34%
  • Requeijão: 20,45%
  • Queijo: 19,18%
  • Bolo: 17,54%
  • Pão de Queijo: 17,16%
  • Pão Francês: 16,61%
  • Biscoito: 16,1%
  • Manteiga: 14,29%
  • Pão doce: 10,81%

Ao R7, o economista Andre Braz destacou o café como grande responsável pela inflação deste ano no café da manhã. Segundo ele, este item aumentou bastante por conta das geadas no inverno, que aconteceram em julho do ano passado. Isso causou fortes perdas nos cafezais.

Apesar disso, o analista prevê que o valor do café tende a cair. Isso porque, como é bianual o ciclo de produção, leva dois anos para a normalização do processo. Na próxima safra, Braz acredita que deve ser melhor o cenário — com a normalização do preço.

O economista do FGV ainda ressaltou o custo do trigo, que influenciou nos valores de itens produzidos com farinha. Ele explica que o trigo é uma das commodities afetadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia. Os embargos destes dois países, que são os maiores produtores globais, estão escasseando os grãos.

Alimentos impulsionam inflação de junho

Em junho, a inflação oficial do país aumentou 0,67% em relação ao mês anterior. Esta foi a maior taxa para um mês de junho desde 2018, quando tinha ficado em 1,26%.

Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE registraram variação positiva no mês. O maior impacto veio do grupo Alimentação e bebidas, com alta de 0,80% em junho.

Este grupo foi puxado pela elevação dos alimentos para consumo fora do domicílio (1,26%). A refeição saltou de 0,41% para 0,95% entre maio e junho. Já o lanche passou de 1,08% para 2,21%.

Ao considerar os itens do café da manhã, houve uma alta média de 3,43%. Ou seja, esses alimentos da primeira refeição do dia subiram cinco vezes mais do que a inflação oficial no período.

De acordo com Braz, o vilão da inflação de junho foi o leite, que aumentou bastante. O economista explica que isso tem relação com a entressafra — período em que chove pouco.

Diante da piora de pastagem, não crescimento do capim, o gado não consegue obter alimento farto. Como resultado, existe perda da produção de leite.

Apesar deste cenário adverso, o analista destaca que esse impacto sobre a bebida é temporário. Ele prevê que, por volta de setembro, quando iniciar o período das chuvas, o valor do leite volta ao normal — somente uma parte da alta deve ficar.

Os alimentos impulsionaram a inflação oficial de junho
Os alimentos impulsionaram a inflação oficial de junho (Imagem: Montagem/FDR)

Brasileiros são obrigados a mudarem seu café da manhã devido à inflação

Segundo apurado por reportagem do Bom Dia Brasil, da TV Globo, os consumidores vêm mudando os pedidos nas padarias — em meio ao aumento dos preços.

Essas pessoas estão decidindo por levar menos itens para consumir na primeira refeição do dia. Em uma padaria de São Paulo, o pão na chapa com manteiga custava R$ 3,80. Já preço de um copo com café coado estava em R$ 4,00.

Como forma de manter a clientela, as padarias estão desenvolvendo estratégias para tentar segurar os valores dos alimentos vendidos. A principal forma adotada é segurar o preço ao máximo. Uma saída é procurar preços mais baixos entre os fornecedores.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.