Fim da novela: administradora finalmente pede FALÊNCIA desta empresa

As companhias que administram judicialmente o Grupo Itapemirim, em seu processo de recuperação judicial, solicitaram a falência da empresa. Na última sexta-feira (15), a solicitação foi protocolada no Tribunal de Justiça de São Paulo pela EXM Partners e o escritório Mandel Advocacia.

A administradora da Itapemirim cita o processo de recuperação da empresa como um “completo caos”. A EXM Partners alega que as mudanças de controle acionário entre Sidnei Piva — que foi afastado em fevereiro — e Camila de Souza Valdívia invalidaram as tentativas de se realizar uma gestão profissional.

A alegação é de que ambos receberam milhões da empresa de transporte. Isso por meio de negociações societárias e contratos duvidosos.

A administradora judicial acusa a família Cola — controladora antiga do grupo — e Sidney Piva de usarem, para vantagem própria, de valores da empresa.

“As Recuperandas se consideraram ‘autorizadas’ a investir em uma companhia aérea, nascendo de tal iniciativa a trágica história da ITA Linhas Aéreas, cuja operação perdurou pouco mais de 6 meses, consumiu R$ 42 milhões de recursos do Grupo Itapemirim”, informa o documento

Conforme o arquivo, isso lesionou milhares de consumidores e trabalhadores, o que gera, até hoje, um passivo judicial inestimável”.

Redução no quadro de funcionários da empresa

Conforme a administradora, o quadro de funcionários da empresa de transporte caiu de 3.776, em 2017, para 197, em 2021. No entanto, foi citado que os trabalhadores não vêm recebendo os respectivos salários.

A EXM Partners alega que foram canceladas as linhas de transporte rodoviário concedidas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres. Também foi dito que foram depredados os ônibus do grupo. Na visão da administradora, tudo isso torna inviável a recuperação da empresa de transporte.

A administrada sugere que a Justiça permita um contrato emergencial entre a massa falida e a companhia Suzantur.

Esse contrato possibilitaria o arrendamento de todas as linhas, marcas, guichês e parte dos imóveis operacionais do grupo. A validade seria de doze mais, com a possibilidade de renovação pelo mesmo período.

No entanto, a Associação de Credores Trabalhistas e Ex-Funcionários do Grupo Itapemirim demonstrou posição contrária à oferta. Isso porque a proposta violaria a decisão tomada pela última assembleia de credores.

Na ocasião, foi estabelecido que a empresa mostraria um novo plano de recuperação judicial.

Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.