Nos últimos dias, um vídeo de apresentação de um apartamento em São Paulo, com 10 m² e valor de venda de R$ 200 mil, viralizou nas redes sociais. Internautas se mostraram surpresos com as pequenas dimensões da instalação e questionaram como é possível pagar tão caro para morar na maior metrópole do país.
O “menor apartamento da América Latina”, como o próprio vendedor que narra o vídeo se refere, conta com quarto, cozinha e banheiro, sendo que os dois últimos estão muito próximos, sendo divididos apenas por um vidro.
Em reação ao vídeo, houve até quem dissesse que “gurmetizaram o cativeiro” e quem se mostrasse aliviado por não ter que morar em São Paulo. Mas também houve internautas que justificaram as dimensões do apartamento, apontando pontos positivos como a praticidade, a boa localização (centro da cidade) e o fato de pode ser habitado por quem passa o dia fora, no trabalho, e só volta para casa à noite.
Afinal, o menor apartamento da América Latina é um bom negócio ou apenas um “cativeiro gourmet”?
Empreendimento aposta em áreas comuns
O apartamento em questão foi lançado em 2017 pela Vitacon, empresa especializada nesse tipo de projeto. Chamado de “microapartamento”, ele faz parte do empreendimento VN Nova Higienópolis, localizado no bairro Santa Cecília, no centro de São Paulo, onde o metro quadro custa atualmente R$ 15 mil.
Apesar das pequenas dimensões, todas as 72 unidades foram vendidas no mesmo fim de semana do lançamento. O preço pago na época, no entanto, foi bem inferior ao atual: R$ 99 mil. A maior parte dos compradores eram investidores interessados em colocar o lugar para aluguel.
A Vitacon explica que o seu público-alvo são jovens, solteiros e profissionais liberais, que preferem a praticidade de um lugar pequeno e com boa localização, em vez do conforto de um apartamento maior.
Mas há outro detalhe que explica a grande aceitação do microapartamento entre compradores e moradores. As pequenas dimensões são complementadas com áreas comuns, como coworking, cokitchen, lavanderia, academia e cinebar. Ou seja, espaços que oferecem serviços importantes, mas que os moradores não usarão com muita frequência.
“Sabendo que o espaço é reduzido, nós complementamos os 10 m² com áreas comuns compartilhadas, as quais funcionam como uma extensão de casa, já que são repletas de serviços para os usuários”, explica a Vitacon.