Um novo tipo de golpe está assustando trabalhadores, que descobrem do dia para a noite que seus salários desapareceram das suas contas bancárias. Chamado de golpe da portabilidade de salário, ele faz já fez diversas vítimas no estado do Rio de Janeiro, a maioria delas servidores públicos.
A facilidade como os criminosos conseguem pegar o dinheiro assusta as vítimas e coloca em cheque as ferramentas de segurança usadas pelas instituições financeiras. Entenda a seguir como funciona o golpe e como se proteger.
Golpe da portabilidade de salário
Uma das vítimas do “golpe da portabilidade de salário” é uma servidora pública entrevistada pelo jornal O Globo. Sem se identificar, ela relatou que descobriu, no dia 6 de junho, que seu salário não havia caído na sua conta no Itaú como de costume.
Ela entrou em contato com o empregador, que informou que o valor já tinha sido depositado, e, depois de ligar para o Itaú, descobriu que o salário havido sido transferido para uma conta no PagSeguro, aberta no seu nome.
“Eu fiquei muito chocada com a vulnerabilidade. Perguntei como ninguém do banco tinha me informado da portabilidade, se eu não precisava dar anuência. Não sabiam me dizer, falavam apenas que a portabilidade tinha sido feita. Simples assim. Apertam um botão e está feito. É assustador. Recebo várias ligações do banco, o tempo todo, para falar de possibilidades de investimentos, mas para fazer uma portabilidade de todo o meu salário ninguém me liga?”, desabafou a servidora.
Outras vítimas relataram que os criminosos fizeram a portabilidade de salário envolvendo outros bancos, como Banco do Brasil e BRB. Todos se dizem assustados com a facilidade como os criminosos agem, abrindo contas e fazendo a portabilidade sem que a vítima tenha conhecimento ou seja notificada imediatamente.
Como o golpe funciona?
- Criminosos conseguem os dados das vítimas, através de listas vendidas por hackers na internet, falsificam documentos ou obtêm os documentos originais das vítimas.
- Eles abrem contas no nome das vítimas, principalmente em bancos digitais, onde o procedimento é mais fácil.
- Solicitam ao banco em que a vítima recebe o salário para fazer a portabilidade.
- Em alguns casos, os bancos autorizam o procedimento sem notificar as vítimas.
- A portabilidade é realizada e o salário vai automaticamente para a nova conta, aberta pelos criminosos.
Como se proteger?
- Cheque regularmente o uso do seu CPF, através do Registrato, uma ferramenta oferecida pelo Banco Central, do Serasa e de outros sites.
- Desconfie de e-mails, mensagens e links suspeitos recebidos, simulando bancos e financeiras.
- Sempre verifique a autenticidade e a segurança dos sites em que você for fazer compras ou digitar dados pessoais.